Luís Montenegro disse que estas nomeações de portugueses para cargos de topo são uma “oportunidade de não sermos aquilo que às vezes somos, demasiado pessimistas sobre nós próprios”
Com a eleição do ex-primeiro-ministro António Costa pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, Portugal torna-se o único país a ter alcançado a liderança do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e das Nações Unidas.
O ex-primeiro-ministro português, o socialista António Costa, foi hoje eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, foi anunciado em Bruxelas.
De acordo com fontes diplomáticas, a decisão foi adotada numa reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na qual os líderes da União Europeia (UE) propuseram também o nome de Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, que depende porém do aval final do Parlamento Europeu, e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, sujeita à eleição pelos eurodeputados de todo o colégio de comissários.
Um feito que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, atribuiu esta semana a uma “capacidade extraordinária de Portugal”, que alcançou “apoio e reconhecimento suficientes para o desempenho de altas funções em organizações internacionais variadas e de reputada importância”.
O antigo chefe do Governo socialista António Guterres desempenha atualmente o segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas, cargo que iniciou em janeiro de 2017.
José Manuel Durão Barroso, antigo primeiro-ministro social-democrata, liderou a Comissão Europeia durante dois mandatos, entre 2004 e 2014.
“E houve outras alturas em que tivemos lugares importantes”, salientou Montenegro, dando os exemplos do antigo comissário europeu António Vitorino (PS) à frente da Organização Internacional das Migrações (2018-2023), da presidência do Eurogrupo exercida pelo antigo ministro das Finanças do PS Mário Centeno (2018-2020), ou, atualmente, do antigo ministro social-democrata Jorge Moreira da Silva, que dirige a UNOPS (agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos).
“É o reconhecimento da qualidade dos nossos cidadãos que se disponibilizam para o exercício de funções políticas, e obviamente de todos os serviços e acompanhamento de retaguarda, incluindo a nossa rede diplomática e todos os funcionários que temos em várias instituições”, referiu o primeiro-ministro esta quarta-feira, no parlamento, durante o debate preparatório do Conselho Europeu.
“O facto de termos um país com uma grande história, termos demonstrado ao longo dos séculos a nossa capacidade, termos uma das línguas mais faladas do mundo - tudo isso tem sido reconhecido”, comentou Luís Montenegro.
Para o chefe do Governo, estas nomeações de portugueses para cargos de topo são uma “oportunidade de não sermos aquilo que às vezes somos, demasiado pessimistas sobre nós próprios”.
Conosaba/cnnportugal.iol.pt/
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