O denominado grupo dos "inconformados" do Partido de Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau convocou para hoje um congresso, que se segue a outro em que Fernando Dias foi eleito presidente.
O até agora presidente interino reuniu 748 do universo de 901 militantes no primeiro congresso extraordinário do partido, na sexta-feira, que se prologou pela noite dentro, e no qual obteve mais de 600 votos, numa eleição que disputou com Albino Nhasse, um militante de base.
A reunião foi marcada imediatamente a seguir ao anúncio da convocação, para hoje, de num congresso por parte do grupo que contesta a liderança interina de Fernando Dias.
Na base da contestação dos "inconformados" estava a exigência da realização de um congresso extraordinário "para eleger um novo presidente" do PRS, o partido do antigo presidente da Guiné-Bissau, Kumba Ialá (1953--2014).
O PRS está a ser liderado por Fernando Dias de forma interina desde fevereiro de 2023, apôs a morte do presidente eleito, Alberto Nambeia.
Mesmo depois de a direção interina ter decidido e realizado o congresso extraordinário, os contestatários anunciaram que mantêm o congresso que convocaram para hoje.
O grupo dos "inconformados", que conta com vários dirigentes do PRS, é liderado pelo atual ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, e pelo veterano e membro fundador do partido, Ibraima Sory Djaló.
Fernando Dias tem alegado que tem a maioria do partido e que "a guerra" por parte dos "inconformados" está a ser feita "por encomenda do Presidente Sissoco Embaló" para levar o PRS a apoiar um segundo mandato.
A direção de Fernando Dias exortou os membros do partido a abandonarem o Governo de iniciativa presidencial.
Imediatamente a seguir, o ministro da Saúde, Domingos Malú, apresentou a demissão do Governo e foi exonerado do cargo pelo Presidente da República.
A demissão do ministro do PRS seguiu-se a outras três de governantes da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau.
O partido do antigo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, retirou o apoio a Sissoco Embaló e, consequentemente saíram do executivo os ministros da Cultura, Juventude e Desporto, Augusto Gomes, e da Energia, Valentino Infanda, assim como o secretário de Estado da Juventude, Garcia Biifa Bedeta.
Conosaba/Lusa
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