sexta-feira, 21 de junho de 2024

BANCO MUNDIAL LANÇA PROGRAMA DE GESTÃO DAS ÁREAS COSTEIRAS DA ÁFRICA OESTE NA GUINÉ-BISSAU


A Representante Residente do Banco Mundial na Guiné-Bissau lembra hoje às autoridades nacionais, que sem uma gestão rigorosa, o potencial de desenvolvimento e de resiliência oferecido pelos recursos naturais, pode ser perdido pelo país.

A Guiné-Bissau tem aproximadamente 80% da sua população a residir em zonas costeiras, e essas áreas além de serem abundantes em mangais e em recursos piscatórios, servem também de base para prosperidade do país.

Segundo a Anne-Lucie Lefebvre que falava no ato de lançamento oficial do Projeto de Investimento para a Resiliência das Áreas Costeiras da África Ocidental (WACA), ecossistemas que são vitais para sustentar os meios de subsistência costeiros na Guiné-Bissau.

“Esses ecossistemas são vitais para sustentar os meios de subsistência costeiros, apoiar a biodiversidade e proteger contra a erosão costeira, inundações e as ramificações do aumento do nível do mar. No entanto, sem uma gestão rigorosa, o potencial de desenvolvimento e de resiliência oferecido por esses recursos naturais pode ser perdido”, lembra.

Na mesma ocasião, a responsável define que “a resiliência das zonas costeiras significa promover comunidades que florescem em harmonia com o seu ambiente, e salvaguardar a biodiversidade marinha que fornece sustento, rendimento e que faz parte integrante da identidade cultural do povo da Guiné-Bissau". Anne-Lucie Lefebvre, adianta por outro lado informar que "este projeto irá concentrar-se em estratégias adaptativas, iniciativas de conservação e práticas sustentáveis que visam não apenas preservar os ecossistemas costeiros e marinhos, mas também melhorar os meios de subsistência das comunidades que deles dependem”.

O projeto WACA faz parte de um Programa Regional iniciado em 2016 pelo Banco Mundial e pelos seus parceiros, abrange 17 nações da África Ocidental, desde a Mauritânia até ao Gabão. A Guiné-Bissau, conjuntamente com a Gâmbia e Gana, fazem parte do segundo grupo a beneficiar deste projeto de investimento, que visa fortalecer a resiliência das comunidades costeiras e os ecossistemas em toda a África Ocidental.

O projeto conta com um orçamento de 30 milhões de dólares em subvenções atribuídas à Guiné-Bissau com o calendário de execução de 2024 a 2027.

Entretanto, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Viriato Soares Cassamá afirma que o projeto oferece uma oportunidade única para fortalecer a capacidade de gestão integrada da zona costeira, e melhorar a resiliência das comunidades frente às adversidades climáticas.

“O Programa WACA, com os seus projetos nacionais de investimento na resiliência costeira (ResIP e ResIP2) e o programa de assistência técnica gerido pelo Banco Mundial, Plataforma de Expansão WACA, oferece-nos uma oportunidade única para fortalecer a nossa capacidade de gestão integrada da zona costeira e melhorar a resiliência das nossas comunidades frente às adversidades climaticas”, diz o governante para de seguida afiançar que, “o lançamento do projeto WACA representa uma oportunidade vital para a guiné-bissau fortalecer a sua resiliência costeira e garantir um futuro sustentável para as nossas comunidades e ecossistemas”.

O projeto WACA vai ser executado pelo Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), em colaboração com os principais parceiros de implementação onde se incluem a Autoridade Competente para a Avaliação Ambiental, o Gabinete de Planeamento Costeiro e a Fundação Bioguiné.

DESAFIOS COSTEIROS NA ÁFRICA OCIDENTAL

No entanto, a erosão costeira e as inundações na África Ocidental ameaçam gravemente as comunidades, os meios de subsistência, a segurança e os investimentos das pessoas. Cerca de 56% do PIB da África Ocidental é gerado nas províncias costeiras, onde reside um terço da população.

As tempestades mais fortes e o aumento do nível do mar estão destruindo casas, estradas e edifícios que serviram como marcos durante gerações. Algumas das praias estão profundamente minadas na procura da areia, os mangais protetores desse mineral são desmatados e as pessoas estão cada vez mais vulneráveis ​​ao impacto das alterações climáticas. Alguns residentes não têm outra escolha senão mudarem-se de zonas residenciais, uma tendência que está a desmembrar comunidades e a mudar o tecido social para as gerações futuras.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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