quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Mudança de directores de escolas na Guiné-Bissau gera crescente descontentamento

Alunos do liceu “Dom Settímio” em Empada, no Sul da Guiné-Bissau, um dos estabelecimentos de que a Igreja Católica afirma que se vai retirar. © Facebook

A forma como as mudanças de directores de escolas e liceus tem sido promovida pelo Governo já está a ter consequências. Os alunos protestam e a Igreja Católica, que participa na gestão das escolas, também já se manifesta em sinal de desagrado. A Igreja já avisou que vai sair do Comité de Gestão de algumas escolas no interior do país.

Por causa das greves de professores e para evitar que as escolas deixem de funcionar devido à falta de pagamento aos docentes, a Igreja Católica tem comparticipado na gestão de várias escolas na Guiné-Bissau.

A Diocese de Bafatá – que coordena acções eclesiásticas nas regiões do Leste, Sul e nas ilhas Bijagós – participa na gestão de 40 escolas privadas e de autogestão, movimentando cerca de 15 mil alunos.

É esta diocese que agora comunicou ao Governo guineense que se vai retirar do comité de gestão do liceu “Dom Settímio” em Empada, no Sul, e do liceu "Padre António Grillo” em Bambadinca, no Leste.

A Diocese considera que foi quebrado o acordo que vigorava há mais de 20 anos entre a Igreja Católica e o Ministério da Educação para a indicação de directores dos dois liceus.

Nos últimos dias, têm surgido manifestações de desagrado de alunos e encarregados de educação perante a troca de directores de várias escolas na Guiné-Bissau, uma situação recorrente cada vez que há mudança de Governo.

Em Mansoa, no Centro-Norte da Guiné-Bissau, um protesto de alunos do liceu local, construído pela Igreja Católica, resultou em vários feridos de jovens e agentes da polícia chamados ao local.

Os alunos atiraram pedras, garrafas e incendiaram pneus dentro do recinto escolar em sinal de indignação pela nomeação de um director que consideram não reunir condições morais e académicas para liderar o liceu.

Em Hafia, um bairro dos subúrbios de Bissau, a polícia foi chamada a dispersar uma manifestação de estudantes que também protestavam contra o novo director.

Todos estes movimentos ocorreram entre segunda e terça-feira desta semana.

Conosaba/rfi.fr/pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário