O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, assinalou o dia dos Heróis Nacionais ao depositar coroas de flores no mausoléu Amílcar Cabral e na campa do antigo presidente José Bernardo “Nino” Vieira.
O ato ocorreu nas instalações da Fortaleza de Amura, actual Estado-maior General das Forças Armadas reforçando o compromisso do chefe de Estado com a preservação da memória histórica, assim como com a valorização e reconhecimento dos combatentes da liberdade da pátria.
O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, pediu aos guineenses no sentido de mobilizarem-se para comemorar o centenário de Amílcar Cabral, que se assinala este ano (2024).
“Cabral é o líder ímpar para o povo guineense e fundador da nossa nacionalidade. Querem ou não, todos os filhos da Guiné-Bissau devem mobilizar-se para comemorarmos o centenário de Amílcar Cabral. Enquanto eu for o Presidente da República vamos comemorar o centenário de Cabral, porque sou o único que foi votado diretamente pelo povo”, disse o chefe de Estado, na sua declaração aos jornalistas este domingo, 21 de janeiro de 2024, depois da deposição de coroas de flores no Mausoléu Amílcar Cabral, em Amura, no âmbito da comemoração do dia dos heróis nacionais, celebrado ontem (sábado).
Embaló esteve no sábado em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC) para assistir à investidura do seu homólogo, Felix Tshisekedi, para o seu segundo mandato.
Amílcar Cabral, fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, foi assassinado a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, capital da Guiné-Conacri, onde o partido (PAIGC) tinha a sua base (Secretariado), razão pela qual as autoridades nacionais instituíram 20 de janeiro como o dia dos heróis nacionais para homenagear todos os combatentes que deram a vida para a libertação da Guiné-Bissau do jugo colonial.
A Guiné-Bissau celebra este ano (2024) o centenário do nascimento do líder da guerra, Amílcar Cabral nascido a 12 de setembro de 1924.
O Presidente da República disse na sua declaração que teve a oportunidade de colaborar com o falecido General – Presidente, João Bernardo “NINO” Vieira, tendo lembrado que o lendário Comandante Nino Vieira chegou a nomeá-lo como o seu conselheiro.
“Não podemos levantarmo-nos de um momento para outro e mentir e dizer como dizia o Cabral. Eu não posso fazer isso, porque sou uma pessoa muito religiosa para quem me conhece”, criticou, avançando neste particular, que “eu detesto a violência (física) e verbal, mas quero garantir que toda a gente que tem problemas vai ser julgado em tribunal”.
“Cabral não fez golpe. Quem matou Cabral? Será que foram os portugueses que mataram Cabral? Não, fomos nós próprios. Cabral foi vítima daquilo que detestava e acabou por ser assassinado, que é a cultura de golpes, intrigas e complôs, mas a nossa geração tem que acabar com essa cultura”, disse.
Questionado se haverá convites para todos os partidos políticos para a comemoração do centenário, respondeu que haverá convites para todos os partidos políticos, porque o “centenário é um desígnio nacional”.
Anunciou que vai convidar também vários chefes de Estado que demonstram respeito para Amílcar Cabral, tendo esclarecido que a comemoração do centenário não é um ato partidário, “porque Cabral é de todos nós”.
“Vamos organizar a comemoração do centenário com toda a dignidade e respeito, porque aquele homem merece respeito de todos nós. O mausoléu deve ser reservado para a deposição de coroas de flores de chefes de Estado que visitam a Guiné-Bissau. Por isso, não se pode permitir aos partidos depositarem coroas de flores e isso seria uma desordem que não podemos aceitar”, assegurou.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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