O Presidente são-tomense, que preside atualmente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reiterou hoje a possibilidade de a organização enviar uma missão de bons ofícios à Guiné-Bissau face às "informações preocupantes" da situação naquele país.
Questionado pela Lusa sobre se a CPLP pondera a realização de uma mesa redonda ou o envio de uma missão de bons ofícios à Guiné-Bissau, Carlos Vila Nova admitiu que "todas essas possibilidades estão em cima da mesa", sublinhando que "tudo é possível", mas "num caso como este é preciso que seja uma ação, acima de tudo, concertada" entre os nove Estados membros para "agir de uma só forma e de uma só voz".
Carlos Vila Nova já havia feito esta afirmação em dezembro quando visitou pela primeira vez a sede da CPLP em Lisboa, mas desde então nunca mais abordou a questão da Guiné-Bissau.
O chefe de Estado são-tomense disse hoje que não tem tido informação "diretamente com a Guiné-Bissau" sobre o que está a acontecer no local, mas tem Estado em contacto com outros países, e "com alguns chefes do Estado" para perceber melhor a situação porque as informações lhe têm chegado "por vias interpostas" e pela comunicação social.
"As informações são dispersas e é verdade que são preocupantes [...] no meu regresso trabalharei diretamente com o secretariado executivo para percebermos melhor e vermos em que medida se tem que agir, porque neste momento é preciso perceber exatamente o que se está a passar", disse Carlos Vila Nova, quando questionado pela Lusa no aeroporto de São Tomé, antes de viajar para a República Democrática do Congo para a tomada de posse do seu homólogo Felix Tshisekedi.
"Nós tudo faremos na nossa presidência [da CPLP] para que haja um ambiente de diálogo entre os países membros e nós vejamos como é que em caso de atuação se pode agir, mas qualquer atuação passará pelo secretariado executivo e auscultação dos outros Estados membros", acrescentou o chefe de Estado são-tomense.
Nesta cimeira ficou também decidido que a Guiné-Bissau seria o próximo país a assumir a presidência da CPLP.
O primeiro-ministro são-tomense já tinha afirmado, em dezembro, que os guineenses devem salvaguardar o Estado de Direito e a paz e prometeu continuar a acompanhar a situação política do país através da CPLP, presidida por São Tomé.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.
Conosaba/Lusa
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