O presidente do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, desafiou os guineenses a encarar o ano 2024 não só como um ano de invocar as “memórias e homenagens”, mas também de renovação de compromissos, com vista a repor a dignidade ao povo, reconquistando o poder para respeitar a vontade expressa pelo povo.
Ao dirigir-se aos militantes do PAIGC em Portugal no ato comemorativo do dia dos heróis nacionais que assinala a morte do líder fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Simões Pereira lembrou que a ANP aprovou uma resolução, na qual o ano 2024 foi dedicado como ano de comemoração do centenário de Amílcar Cabral.
O também Presidente da ANP afirmou que aqueles que “sequestraram o poder podem fazer tudo o que quiserem, mas não podem ignorar o centenário de Cabral, ignorar o ano 2024”, desafiando os guineenses a não terem medo de assumir a herança de Amílcar Cabral.
Para Simões Pereira, a população deve renovar o seu compromisso para que o centenário de Cabral não seja esquecido, porque “do contrário seria dizer aos combatentes que não valia a pena irem à luta, ou que a luta contra o jugo colonial foi uma luta em vão”.
“Hoje o nosso país está mergulhado numa nova crise. Uma crise forçada que se quer perpetuar para sequestrar o poder. É chegada a hora de pagarmos o nosso quinhão, fazer os combatentes acreditarem que os seus esforços não foram em vão. Não podemos ter essa luta como um part- time. Devemos levantarmo-nos para conquistar a liberdade” insistiu, afirmando que se registou umretrocesso do estado de direito democrático no país, sequestrado pela corrente de crime organizado.
“Os aviões descem sem controlo, malas sem controlo, se o carro de vidro escuro parar na tua porta, a tua família tem problemas naquele dia, temos que levantarmo-nos e confrontar esse mal. O grande problema de Guiné-Bissau é o problema de complexos. É o complexo que nos faz lembrar que fula não é igual a manjaco, quem tem cor não é igual a quem não tem, quem tem altura é melhor de quem não tem. Porquê?! Porque em termos de substância cultural é um vazio. E como não há nada, vamos preenchê-lo com as nossas diferenças. O que devemos fazer é repor o conteúdo. Por isso, devemos celebrar o Cabral “ disse Simões Pereira.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb.
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