Bissau, 28 mai 2021 (Lusa) - Os quadros técnicos do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) exigiram hoje que o partido abandone a aliança no Governo na Guiné-Bissau, e deram um prazo de 72 horas.
"Pedimos ao coordenador nacional para sair desta aliança. Damos um prazo de 72 horas para convocar os órgãos do partidos e tomar uma decisão sobre a manutenção do partido nessa aliança, onde estamos a sufocar, porque ninguém nos valoriza e respeita", afirmou, em conferência de imprensa, Aliu Cassamá, secretário-nacional dos quadros técnicos do Madem-G15.
Aliu Cassamá justificou a exigência, alegando que o Madem-G15 tem estado a perder espaço enquanto partido que "sustenta a Assembleia Nacional Popular, que sustenta a maioria parlamentar".
"Entendemos que estamos a perder aos poucos o espaço que temos na nossa aliança", referindo-se à aliança governamental, que inclui também o Partido de Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo atual primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.
Aliu Cassamá disse que o Madem-G15 aceitou o número de pastas atribuído na sequência do acordo assinado com os atuais parceiros em "nome da estabilidade nacional e paz social".
"Sempre fomos orientados pelo coordenador nacional [Braima Camará] que, pela paz e estabilidade, o Madem-G15 devia aceitar todo o tipo de sacrifícios", disse.
Mas, salientou, o que temos vindo a assistir "ultimamente é que os representantes do partido no Governo estão a perder espaço e protagonismo, na qualidade de maior partido que sustenta o Governo".
"O Madem-G15 perdeu pastas em nome da estabilidade e da coesão nacional", afirmou, referindo-se à última remodelação governamental.
"As pessoas estão a abusar da passividade e bom senso do coordenador nacional do Madem-G15 pela forma como ele tem sido fiel ao acordo", acrescentou.
O Madem-G15, segundo partido mais votado nas legislativas de 2019, apoiou a candidatura de Umaro Sissoco Embaló às eleições presidenciais, realizadas no mesmo ano.
Após a sua tomada de posse, Umaro Sissoco Embaló demitiu o Governo liderado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e formou um outro, composto por elementos do Madem-G15, PRS e APU-PDGB.
Em abril, o Presidente guineense promulgou uma remodelação governamental, proposta pelo primeiro-ministro, na qual o Madem-G15 perdeu pastas.
O Madem-G15 também tem perdido quadros ao nível das direções de vários departamentos ministeriais, a última das quais na INACEP (Imprensa Nacional) com a exoneração do seu diretor-geral, Bamba Banjai.
MOVIMENTO DOS QUADROS TÉCNICOS EXIGE RETIRADA DO MADEM G15 NA COLIGAÇÃO COM O ACTUAL EXECUTIVO
O Movimento dos Quadros Técnicos Superiores do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) propõe o coordenador nacional a retirar da aliança da base de governação do executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam.A posição foi anunciada, hoje, em conferência de imprensa realizada na sede nacional do movimento, em Bissau, dia depois do conselho de ministros ter nomeado Paulino Mendes como director-geral de INACEP, substituindo assim no cargo, Bamba Banjai, dirigente e responsável do Movimento dos Quadros Técnicos Superior do Madem.
De acordo com o secretário nacional do movimento, Aliu Cassama, o coordenador nacional do Madem-G15 tem 72 horas para convocar o órgão do partido para decidirem sobre a actual aliança, caso contrário, haverá consequência nas próximas eleições.
Já o responsável do movimento dos quadros técnicos superior do Madem-G15, José António Té, o que esta a acontecer é o resultado da formação do atual governo em que o Madem não assumiu o protagonismo do executivo
Para o movimento, várias decisões foram tomadas no executivo sem consultar o coordenador ou direcção superior do partido, mencionando casos das exonerações de alguns dirigentes do governo e das direcções gerais, o que, para eles, deixa o movimento dos quadros com muita mágoa.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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