O Conselho Nacional do PAICV aprovou em reunião ordinária o apoio à candidatura do ex-primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves às próximas eleições presidenciais em Cabo Verde, agendadas para 17 de outubro, divulgou hoje o partido.
"O Conselho Nacional apela à mobilização de todo o partido e da sociedade civil, nas ilhas e na diáspora, à volta da candidatura do doutor José Maria Neves à Presidência da República, em prol das liberdades, da democracia, do progresso e da modernização de Cabo Verde, com justiça social e oportunidades partilhadas por todos", lê-se na resolução aprovada naquele órgão, que esteve reunido sexta-feira e sábado, na cidade da Praia.
Na resolução aprovada pelo principal órgão entre congressos, e que agendou igualmente para 19 de dezembro as eleições internas para escolha do novo presidente do PAICV após a demissão de Janira Hopffer Almada, é reconhecido o "percurso político" de José Maria Neves, primeiro-ministro de Cabo Verde de 2001 a 2016 e ex-líder do partido, atualmente na oposição.
A resolução, aprovada sob proposta de Comissão Política do partido, descreve José Maria Neves como "homem de Estado com provas dadas, construtor de consensos e federador de vontades, democrata convicto, promotor dos valores da liberdade e da tolerância, da justiça social e da igualdade de oportunidades para todos".
Acrescenta que "tendo em conta que, movido por um grande amor à terra e por uma entrega sem reservas à causa pública, sobejamente reconhecidos pelas cabo-verdianas e pelos cabo-verdianos e apreciados pelos parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde", José Maria Neves "reúne os requisitos para desempenhar o elevado cargo de Presidente da República, ajudando a mobilizar a Nação para os grandes desafios da reconstrução do país na pós-pandemia e do desenvolvimento sustentável no horizonte 2030".
José Maria Neves, 61 anos, apresentou publicamente a sua candidatura a Presidente da República em 19 de março último.
Nessa altura prometeu unir o país se for eleito Presidente da República em outubro, assumindo como prioridade a reconstrução de Cabo Verde no período pós-pandemia.
"Pretendo ser não apenas um bom árbitro - conheço bem as regras do jogo -, mas também um dinamizador de novos processos políticos, abrindo espaços de participação a todos, uma instância moral, um traço de união, um provedor das liberdades, da democracia e do Estado de Direito, um promotor do meu país no mundo", disse.
Afirmou que pretende ser um Presidente de "consensos", prometendo promover a despartidarização da Administração Pública, num país que há praticamente 30 anos está bipolarizado eleitoralmente entre PAICV (atualmente na oposição) e o Movimento para a Democracia (MpD, no poder desde 2016).
José Maria Neves admitiu que na sua experiência só lhe falta mesmo ser Presidente da República: Já foi dirigente partidário -- presidente do PAICV -, deputado nacional, presidente de câmara, ministro, primeiro-ministro e, atualmente, é professor universitário na Praia.
"Tenho jogado o jogo democrático em várias posições e tenho feito da política um espaço de aprendizagem", atirou, admitindo que conhece hoje "melhor o país" e que está mais preparado para "continuar a servir" Cabo Verde.
Apesar da militância de cerca de 40 anos no PAICV, José Maria Neves recordou que constitucionalmente a candidatura a Presidente da República é "suprapartidária".
Pela frente, na votação de outubro, José Maria Neves terá o antigo primeiro-ministro Carlos Veiga (de 1991 a 2000), que já conta com o apoio oficial à candidatura, que também anunciou em março, do MpD, partido que fundou e também liderou.
Cabo Verde realiza eleições presidenciais em 17 de outubro de 2021, às quais já não concorre Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário