quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Presidente da Guiné-Bissau afastou hoje uma recandidatura a um segundo mandato presidencial, mas advertiu que não será "substituído nem por Nuno Nabiam, nem por Braima Camará, nem por Domingos Simões Pereira".


"É uma decisao tomada ouvindo a opinião da minha mulher, que é a minha primeira família", declarou Umaro Sissoco Embaló à saida da reunião do Conselho de ministros por si presidida.

Nuno Nabiam, ex-primeiro ministro, é o coordenador do Fórum da Salvação da Democracia (FSD), uma plataforma criada entre o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) e a Aliança Kumba Lanta, integrada pelo Partido da Renovação Social (PRS) e pela Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Braima Camará lidera o Madem G-15, fundado com Embaló, havendo uma outra ala, liderada por Satu Camará, considerada fiel ao Presidente da Guiné-Bissau.

Domingos Simões Pereira preside ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e presidia ao parlamento guineense dissolvido em dezembro pelo Presidente, num processo controverso por ter acontecido antes de decorridos 12 meses após as eleições legislativas, o que contraria a Constituição.

O mandato de Sissoco Embaló termina em fevereiro de 2025, mas o Presidente anunciou para o final desse ano as eleições presidenciais, o que mereceu a crítica generalizada da oposição.

O Presidente guineense disse que a mulher lhe fez a sugestão de não se recandidatar quando vinham no avião da visita à China e, após refletir, tomou a decisão.

"Ontem [terça-feira] cheguei a essa conclusão de que não me devo recandidatar, porque não sou do nível dessa qualidade humana", disse Embaló, referindo-se aos três dos seus principais potenciais adversários políticos.

Embaló afirmou que os três políticos que referiu "não são sérios".

"Não será nem Domingos, nem Braima, nem Nuno a substituir-me. Outra pessoa é que me vai substituir, porque a Guiné-Bissau merece ainda pessoas melhores do que nós", declarou o Presidente guineense, que promete "ir até ao fim" com o atual mandato.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que a mulher o exortou a "recuperar o tempo perdido para a família", lembrando-lhe que, desde os 18 anos, tem trabalhado para a Guiné-Bissau e que o país terá saudades suas quando deixar de ser Presidente.

"Peço a Deus que quem me vier a substituir que seja alguém mais sério, mais digno do que Umaro Sissoco Embaló", disse.

Conosaba/Lusa

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