quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Crise na ANP: ANALISTA CONSIDERA OCUPAÇÃO DO GABINETE DO PRESIDENTE DA ANP POR ADJA SATU CAMARÁ UM ATAQUE À SOBERANIA


O analista político Rui Jorge Semedo afirma que a ocupação da sede da Assembleia Nacional Popular (ANP) por Adja Satu Camará evidencia uma grave violação da Constituição da República e um ataque a um dos principais órgãos de soberania do país.

Semedo, comentador permanente da Rádio Sol Mansi, manifestou sua preocupação nesta segunda-feira (23 de setembro de 2024) em resposta à invasão do parlamento pelas forças de segurança, que facilitavam a entrada de Adja Satu Camará no gabinete do presidente da ANP. Ele classificou o ato como “grave” e fora dos princípios constitucionais.

“Estamos diante de um assalto ao parlamento e da ocupação do cargo do presidente da Assembleia Nacional Popular”, declarou o analista, ressaltando que essa situação é alarmante e representa mais uma violação da Constituição.

Adja Satu Camará, que recentemente assumiu a liderança do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) sem o respaldo da direção do partido liderado por Braima Camará, foi empossada como presidente interina do hemiciclo sob a presidência de Domingos Simões Pereira.

Este incidente ocorre em um momento em que o país se prepara para um novo embate eleitoral, previsto para novembro deste ano. Rui Jorge Semedo alerta que esse cenário pode comprometer a integridade das próximas eleições.

“Este ato de assalto ao parlamento e a usurpação de poderes do presidente indicam que as eleições provavelmente não serão justas e transparentes”, questionou Semedo, enfatizando que, se o que considera um “abuso de poder” continuar, as eleições se transformarão em um mero ritual.

Na semana passada, antes de viajar para Nova Iorque, o Presidente da República ameaçou o parlamento com consequências imprevisíveis, caso este decidisse discutir o Supremo Tribunal de Justiça em sua reunião de comissão permanente.

Para Rui Jorge Semedo, essa ameaça é inaceitável em um contexto democrático, independentemente da ocupação “ilegal” da Assembleia Nacional Popular.

“Ameaças dentro de um contexto democrático não têm cabimento, independentemente deste ato de ocupação ‘ilegal’ do Palácio Colinas de Boé”, concluiu.

O analista e escritor guineense Rui Jorge Semedo alertou que o país se encontra em uma situação de não estado democrático, considerando extremamente preocupante o nível de violência que impera.

Por: Ussumane Mané/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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