As organizações da sociedade civil guineenses realizaram hoje um fórum da primeira convenção cidadã em que debateram vários pontos de agenda nacional, entre os quais a reforma do Estado que o primeiro-ministro disse ser "fundamental" para o país.
Rui Duarte de Barros presidiu à abertura do fórum, que juntou no Centro Cultural Francês de Bissau mais de duas centenas de representantes das organizações da sociedade civil e comunitárias, no culminar de três 'djumbais' (tertúlias) regionais organizadas nos últimos dias.
Estes encontros serviram para debates à volta de questões de interesse da população na perspetiva da participação das organizações da sociedade civil, nomeadamente a problemática do género e mulher, inclusão, direitos humanos, saúde, educação, alterações climáticas, segurança alimentar, juventude, emprego, poder local e descentralização, média e monitorização cívica, e reformas do Estado.
O primeiro-ministro destacou a pertinência do fórum, "dado o papel relevante das organizações da sociedade civil" no país e ainda enalteceu a visão destas organizações à volta de temas como a reforma do estado, o emprego, os recursos naturais, as alterações climáticas e a segurança alimentar.
Rui de Barros frisou que a reforma do Estado "é um assunto fundamental" para todos os governos da Guiné-Bissau e espera receber a visão das organizações da sociedade civil sobre a matéria.
"A sociedade civil desempenha um papel vital na construção de uma sociedade pacífica e na consolidação da democracia", disse Rui de Barros, salientando ainda o seu papel de fiscalizadora da ação do governo "enquanto contraponto do poder estatal".
O primeiro-ministro guineense prometeu não só a participação do Governo na monitorização das recomendações a sair da primeira convenção cidadã, como também a abertura para, em setembro, participar no primeiro fórum de diálogo entre as organizações da sociedade civil e o poder público.
O sociólogo Miguel de Barros, membro da coordenação da primeira convenção cidadã, espera que as organizações da sociedade civil intensifiquem a sua ação junto das populações, que melhorem a coordenação das suas intervenções e reforcem a prestação de contas.
Em relação ao diálogo com o poder político, em setembro próximo, Miguel de Barros adiantou que o encontro servirá para impulsionar a participação das organizações da sociedade civil guineense na governança do país.
A primeira convenção cidadã contou com os apoios financeiros da União Europeia e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no âmbito do Projeto de Estabilização Política e Reforma, através da Construção de Confiança e Diálogo Inclusivo na Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
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