quarta-feira, 24 de abril de 2024

Coordenador das doenças tropicais: “SERVIÇOS DE DOENÇAS COMO DIABETES, HIPERTENSÃO E CANCRO SÃO INEXISTENTES”

O Coordenador do Programa Nacional das Doenças Tropicais Negligenciadas, Inácio Alfredo da Costa, denunciou esta quarta-feira, 24 de abril de 2024, que os serviços de doenças não transmissíveis como diabetes, hipertensão e cancro são “completamente inexistentes” no setor de saúde nacional.

Alertou que a população guineense está a torna-se cada vez mais velha e a tendência é que as doenças proliferem, razão pela qual defendeu que é urgente disponibilizar estes serviços à população para minimizar o sofrimento dos cidadãos.

Inácio Alfredo da Costa fez essa denúncia, à margem da apresentação do relatório sobre avaliação harmonizada das estruturas de saúde sobre o funcionamento do sistema de saúde no país, realizada no Instituto Nacional de Saúde (INASA).

O Coordenador do Programa Nacional das Doenças Tropicais Negligenciadas disse que o inquérito realizado em novembro de 2023 trouxe evidências sobre grandes lacunas que o sistema nacional de saúde do país tem e que serão objeto de discussão entre o Estado guineense e os seus parceiros, discutir e priorizar as partes com maior coerência.

O responsável informou que outra preocupação constante no documento apresentado tem a ver com a inexistência dos serviços de doenças mentais no sistema nacional da Guiné-Bissau, por isso é necessário priorizar partes, porque “é um problema que qualquer guineense e outras pessoas que escolheram o país para viver não estão imunes”.

Defendeu que é preciso haver esforços das partes envolvidas nessa luta, sobretudo no concernente às doenças negligenciadas, que praticamente os seus serviços não existem nas estruturas sanitárias do país, como também aumentar esforços no combate de doenças como Paludismo, HIV, Tuberculose, sendo grandes problemas existentes no setor de saúde.

Inácio Alfredo da Costa afirmou que apesar de dados encorajadores de saúde materna e infantil, ainda há a necessidade de empreender esforços para melhorar a disponibilidade e prontidão dos serviços para contribuir na redução da mortalidade materna e infantil.

Na sua comunicação, a representante da Organização Mundial de Saúde no país (OMS), Marie Chantal Kambire, revelou que a Guiné-Bissau é o quarto país da região africana a adotar a estratégia de inquérito, um novo instrumento de apoio à saúde, seguindo o exemplo de Malawi, do Quénia, em 2019, e do Gana, em 2023, porque “além disso, é um marco histórico importante, por a Guiné-Bissau ser o primeiro país da língua portuguesa a implementar esse instrumento de avaliação”.

Por seu lado, a diretora geral da administração do Sistema de Saúde, Alanam António Tambá, assegurou que o objetivo do inquérito é garantir que o país tenha um espelho, uma referência, que permita aos parceiros conhecerem melhor a situação nacional do sistema de saúde para que possam investir.

Afirmou que que o Ministério de Saúde Pública recebe vários fundos, mas a forma como são usados “não reflete naquilo que são os objetivos do país”.

Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb.

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