sexta-feira, 26 de abril de 2024

OPINIÕES Opinião: ANDRÉ VENTURA – O VILÃO PORTUGUÊS E SOBREVIVENTE FASCISTA OFUSCADO PELA DEMOCRACIA

“Pagar o quê? Pagar a quem? Se nós levámos mundos ao mundo inteiro. 

Se hoje em todo o mundo se elogia a pátria e o mundo da língua portuguesa”, são as baboseiras vomitadas por André Ventura, líder do Chega, no seu discurso na cerimónia de comemoração dos 50 anos da revolução de 25 de abril, um evento histórico que trouxe a liberdade e a democracia ao oprimido povo português.

O vilão Ventura criticava o presidente Marcelo que, numa entrevista, reconheceu que o seu país cometeu erros durante o período da colonização e, por isso, devia pagar ou indemnizar os países africanos. Chega é uma formação política com 50 assentos na Assembleia da República de Portugal, representando mais de um milhão de portugueses, o que por si só é preocupante, demonstrando desta forma o crescimento do sentimento de racismo e ódio na sociedade portuguesa, para com os imigrantes, particularmente os africanos.

É verdade que cada povo deve orgulhar-se da sua história, particularmente das vitórias e conquistas feitas pelos seus antepassados. A grande verdade é que a história ou olegado deixado pelos colonialistas portugueses na África ou noutros cantos do mundo não é uma coisa que deve ser aplaudida ou narrada publicamente, porque a história da colonialização é nada mais que a escravidão, violência e pilhagens.

Quero através destas pequenas linhas que fiz sobre as baboseiras vomitadas pelo vilão e racista Ventura, dizer-lhe que os seus antepassados não trouxeram nada para a África e até porque, é do conhecimento de todos, que Portugal é dos colonizadores europeus mais pobres, razão pela qual não conseguiu conservar vários colonias que assaltaram primeiro, em detrimento da França, Alemanha e Inglaterra.

É tolice ou orgulho barato afirmar publicamente que os portugueses trouxeram alguma coisa para as suas colónias. A única coisa que trouxeram foi a cultura e sobretudo a língua que nos impuseram.

Sr. Vilão Ventura, seus pais fizeram “djambadon” de saques das nossas riquezas e de objetos históricos, infelizmente, não lhe contaram isso e nem o inscreveram na vossa história. Traficaram pessoas. Melhor, venderam homens e mulheres africanos.

Infelizmente, foram vocês (colonizadores) que escreveram a história na qual narraram que descobriram a África e trouxeram a civilização. Foi essa história que nos contaram e é esta história que continua a narrar aos vossos filhos, netos e bisnetos.

Não contaram nos seus livros de ouro lido pelo Vilão Ventura, que a colonização portuguesa é das mais violentas registradas. Não contaram que nos saquearam, violentaram-nos e separaram-nos (indígena e civilizado) durante 500 anos.

Sr. Vilão Ventura racista, não exigimos e nem pedimos indemnizações ou pagamentos pela escravidão a que os seus pais nos submeteram ao longo de 500 anos, mas a única que eu, particularmente, te peço é que seja honesto consigo próprio, pelo menos uma única vez na sua vida, venha ao público e peça perdão de joelhos, às ex-colónias portuguesas de África e do outro canto do mundo pelos saques e violência que os seus antepassados fizeram em nome da colonialização.

Pode-se dizer que o presidente Marcelo traiu os portugueses (?), mas nós, vítimas da colonialização, agradecemos-lhe pela honestidade histórica de reconhecer que a escravidão e pilhagens feitas nas colónias foram um crime cometido pelos seus antepassados e que se envergonhem por disso.

Por: Assana Sambú, jornalista
Conosaba/odemocratagb

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