sexta-feira, 26 de abril de 2024

Nelvina Barreto: “GUINÉ-BISSAU CONTINUA A SER UM DOS PAÍSES MAIS VULNERÁVEIS ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS”

A responsável da equipa Ambiental do Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, Nelvina Barreto, afirmou que a Guiné-Bissau, enquanto pequeno país insular em desenvolvimento, continua a ser um dos países mais vulneráveis do mundo às alterações climáticas, cujo impacto não está distribuído de forma equitativa.

Nelvina Barreto falava esta esta sexta-feira, 26 de abril de 2024, na cerimónia de abertura do workshop de apresentação de dois estudos de Adaptação Climática e Resiliência para as comunidades costeiras vulneráveis.

Segundo Nelvina Barreto, o risco climático tem perturbado os meios de subsistência, aumentando a vulnerabilidade das famílias e em segurança alimentar, tendo alertado que choques indesejados das alterações climáticas têm afetado mais as mulheres, os jovens, as crianças e as populações rurais, especialmente as que vivem nas zonas costeiras.

De acordo com Nelvina Barreto, os setores da agricultura e das pescas enfrentam ameaças imediatas das alterações climáticas, em especial a subida do nível de água do mar e a desertificação.

Perante estes desafios, Nelvina Barreto defendeu que é urgente despertar consciências e vontades de todos os atores como políticos, economistas e a sociedade civil em geral para alinharem estratégias e conceberem mecanismos de adaptação e mitigação às alterações climáticas e, consequentemente, à sua subsistência e rendimento.

Barreto explicou que os dois estudos que falam sobre o mapeamento das zonas costeiras e a avaliação ambiental e social, bem como as estratégicas nas zonas costeiras foram realizados no quadro de projeto de Reforços das Capacidades e Adaptação e Resiliências das comunidades costeiras (COASTAL).

Realçou que os estudos que serão apresentados representam uma “importante contribuição” para a recolha de dados biofísicos, socioeconómicos e informações necessárias ao desenvolvimento dos mapas de risco evulnerabilidade costeira.

“Fará ainda uma avaliação ambiental e social e estratégica na zona costeira que permitirá identificar os principais fatores de mudança, que afetam os ecossistemas nas zonas costeiras, os meios de subsistência das comunidades locais, uma avaliação das necessidades das comunidades e emissão de recomendações para uma estratégia geral de adaptação climática na Guiné-Bissau”, indicou.

Por sua vez, Lourenço Vaz, o diretor-geral do projeto de Reforços das Capacidades e Adaptação e Resiliências das comunidades costeiras (COASTAL), defendeu a necessidade de todos os intervenientes diretos e indiretos das zonas costeiras concentrarem- se na procura de soluções que passem necessariamente pelo conhecimento científico sobre as zonas costeiras.

Lourenço Vaz sublinhou que os estudos que serão apresentados terão um valor tão “inestimável” para a tomada de decisões, tendo apelado a todos os participantes que levem muito a sério os ensinamentos ou informações que serão transmitidos.

Por: Carolina Djemé
Conosaba/odemocratagb

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