O presidente da Frente Patriótica de Salvação Nacional (FREPASNA), Baciro Djá, denunciou que o chefe do governo da Guiné-Bissau e líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabian, comprou 50 viaturas para a campanha das eleições legislativas agendadas para 4 de junhodeste ano.
“Fiquei espantado, ontem, quando fui a uma instituição pública e vi que um partido político comprou 50 viaturas para a campanha eleitoral, numa altura em que o país depara-se com crises nos setores da educação e da saúde. Ou seja, roubaram o dinheiro do Estado para depois comprarem votos, portanto este povo deve deixar de admirar os políticos que roubam ao Estado e usam o mesmo dinheiro para comprar os seus votos nas eleições”, disse o político esta terça-feira, 07 de fevereiro de 2023, durante a sua declaração aos jornalistas depois de se ter recenseado para as eleições legislativas, no bairro de Antula, círculo eleitoral 25.
“Estou a falar do chefe do governo da Guiné-Bissau que dirige uma formação política. Comprou 50 viaturas para a campanha para comprar consciência dos eleitores. É uma chamada de atenção à Polícia Judiciária e aos órgãos judiciais do país, porque a democracia começa no momento de averiguação para que as coisas corram de forma natural e normal”, disse, acrescentando que é chegada a hora de as instituições judiciais questionarem aos partidos políticos sobre a proveniência dos fundos para a compra de viaturas.
O político disse que o povo não deve permitir anomalias nestas eleições e que as mesmas devem decorrer de forma livre, justa, transparente, na base da democracia e sem compra de consciência. Enfatizou que o maior culpado de toda esta situação é o povo, porque “é o povo quem vota. Se alguém manifestar-se que está à venda, terá um preço”.
O líder da FREPASNA apelou aos cidadãos guineenses para se recensearem, porque “só com cartão do eleitor é que poderão sancionar todas as pessoas que estão com o Presidente Umaro Sissoco Embaló neste processo”, tendo apelado ao povo a confiar na FREPASNA, porque “é um partido que não escolhe nem a etnia nem religião”.
“Temos que votar no líder que reúne condições e capacidade para dirigir, não numa figura por conveniência política ou porque somos parentes ou da mesma religião. Quero chamar atenção aos parentes fulas que façam uma escolha inteligente baseada na meritocracia e na pessoa com capacidade e capaz de trazer o bem-estar e o progresso para o povo. Aos meus parentes mandingas, não escolham e votem num líder porque é mandinga, mas sim devem escolher um líder que reúne condições políticas, ideológicas, morais e intelectuais, porque a política é para os intelectuais”, advertiu.
Lembrou que a FREPASNA era o quinto partido mais votado nas últimas eleições legislativas, mas não conseguiu eleger nenhum deputado, mas tem bases em todos círculos eleitorais.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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