O Ministério do Interior da Guiné Bissau recusa-se, até ao momento, a acatar a ordem do Tribunal Regional de Bissau que mandou libertar os nove activistas detidos há uma semana pela polícia por se terem manifestado contra o regime no poder no país.
Os advogados de defesa consideram que se trata de obstrução à justiça, mas prometem não desarmar até que os oito detidos sejam postos em liberdade.
A defesa dos detidos acusa o Ministério do Interior e Ordem Pública de ter fechado a secretaria-geral na sexta-feira, 24 de Maio, antes da hora do fim do expediente, só para não receber a notificação do tribunal.
O comissariado da Polícia de Ordem Pública alegou que não poderia colocar os detidos em liberdade, porque não tinha ordens superiores nesse sentido.
Os advogados consideram que este posicionamento representa afronta ao tribunal e lembram que em duas ocasiões o Ministério do Interior se recusou a apresentar os oito activistas detidos ao tribunal.
Como a notificação foi dirigida ao Ministro do Interior, Botche Candé, fonte do tribunal precisou que na segunda-feira, logo às primeiras horas, o oficial de diligências vai entregar a notificação ao governante.
Os advogados dos oito detidos adiantam que caso a ordem do tribunal não for cumprida, na segunda-feira, vão avançar com uma queixa-crime contra o Ministro no Ministério Público.
Apesar dos oito activistas continuam detidos, a Liga Guineense dos Direitos Humanos considera a decisão do tribunal foi uma vitória para a democracia e para o respeito dos direitos humanos.
Em entrevista à RFI, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, afirmou que teve acesso "imagens chocantes de torturas, ter tido acesso a radiografias das pessoas que foram brutalmente espancadas no centro de detenção da segunda esquadra de Bissau".
Bubacar Turé alertou ainda para o estado de saúde de Armando Lona, o líder da Frente Popular "não escapou à fúria dos agentes de polícia e foi igualmente brutalmente espancado. Neste momento necessita de cuidados médicos, tal como os outros colegas".
Os oito actvistas deviam ter sido presentes a tribunal nesta sexta-feira, mas voltou a ser adiada a audiência de julgamento de um pedido de habeas corpus intentado pelos advogados.
Por: RFI
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