sexta-feira, 7 de junho de 2024

«Bom sinal, em Moçambique!» Quase 3.500 ex-guerrilheiros da moçambicana Renamo já recebem pensões


Maputo, 07 jun 2024 (Lusa) – O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse hoje que pelo menos 3.462 ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), do total de 5.221, já estão a receber as pensões, no âmbito do processo de reintegração.

“Dos 3.521 processos visados, estão em pagamento 3.462 pensões, havendo um remanescente de 59 em processamento”, disse o chefe de Estado moçambicano durante cerimónia de juramento de bandeira na Escola Prática do Exército de Munguine, em Maputo.

Citando dados recolhidos até 20 de maio, Filipe Nyusi disse que o Governo moçambicano recebeu pedidos de pelo menos 4.215 desmobilizados do maior partido da oposição, no âmbito de campanhas de registo dos beneficiários do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) nas províncias de Sofala, Manica, Tete e Zambézia, centro de Moçambique, e Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte do país.

“Dos pedidos recebidos, foram remetidos ao Instituto Nacional de Providencia Social 4.124 processos, encontrando-se pendentes para reverificação de dados só 47 processos”, referiu o Presidente moçambicano.

O processo de DDR, iniciado em 2018, abrange 5.221 antigos guerrilheiros Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em junho último, com o encerramento da base de Vunduzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.

O Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim à guerra dos 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo. Foi assinado em Roma, entre o então Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em maio de 2018.

Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só pararam com a assinatura, em 05 de setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.

Já em 06 de agosto de 2019 foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro e que agora está a ser materializado, entre o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

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