O novo Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, tomou posse ontem. Após agradecer a confiança depositada nele pelo PAIGC e pela plataforma inclusiva, o novo chefe do governo também declarou aceitar o desafio por "saber poder contar com a total disponibilidade e total apoio" do Presidente da República. Geraldo Martins disse ainda que pretende formar um governo inclusivo e informou que a nova equipa deveria tomar posse ainda até ao final desta semana.
Após tomar posse nesta terça-feira, pouco depois de ter sido confirmado na segunda-feira no cargo de Primeiro-Ministro, Geraldo Martins proferiu um discurso solene em que agradeceu o “privilégio de servir a Guiné-Bissau” concedido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e pela Plataforma da Aliança Inclusiva, que venceu as legislativas de 4 de Junho.
“Depositaram em mim esta confiança e escolheram-me no meio de tantos outros camaradas com competência, capacidade e idoneidade para exercer esta função. Mas devo também este privilégio à confiança que sua Excelência o senhor Presidente da República me manifestou de levarmos a cabo uma coabitação exemplar e um relacionamento institucional saudável”, declarou o novo chefe do governo antes de acrescentar que aceitou “humildemente” o cargo "por saber poder contar com a total disponibilidade e o total apoio" do Presidente da República.
Ao garantir que o Presidente da República pode "do mesmo modo, contar com a sua indefectível lealdade”, Geraldo Martins considerou que o seu país entrou numa “nova fase” da vida política e que há problemas que devem ser resolvidos rapidamente, nomeadamente no que tange à exportação da castanha de caju, ao custo de vida, ao sector do ensino, à saúde bem como ao acesso à água e energia eléctrica.
“Estas são as grandes prioridades que nós identificámos durante a campanha eleitoral. E, portanto, para este Governo vai ser um desafio de emergência tentar resolver todos estes problemas. Não há varinha mágica para isto, não há soluções milagrosas, mas queremos acreditar que com o apoio de todos vai ser possível termos os resultados que almejamos para a Guiné-Bissau nos próximos tempos”, vincou o novo primeiro-ministro.
Neste sentido, Geraldo Martins disse que pretende formar um governo inclusivo para responder a estes desafios, "porque todos são poucos para resolver os problemas".
Em seguida, respondendo à imprensa, o novo chefe do governo disse ainda que a sua equipa deveria tomar posse até ao final da semana, após o chefe de Estado regressar de Abuja onde participa esta quinta-feira na cimeira extraordinária da CEDEAO sobre a situação no Níger.
“Na sexta-feira, já teremos um exercício de composição do Governo e, portanto, se tudo correr conforme o planeado até sábado, penso que o Governo será empossado”, informou o novo primeiro-ministro guineense.
Referindo-se à coabitação com o Presidente da República, Geraldo Martins destacou a importância de uma convivência institucional serena perante a dimensão dos desafios com que o país está confrontado.
“Perder tempo e energia em guerras desnecessárias não faz qualquer sentido. As populações estão à espera de nós. Estão à espera que sejamos capazes de resolver os seus problemas e não podemos desperdiçar a nossa energia em guerras fúteis”, declarou Geraldo Martins ao dizer fazer suas o apelo a tréguas proferido pelo chefe de Estado.
“O apelo de Sua Excelência o Senhor Presidente da República é um apelo que nós endossamos e também nas nossas palavras dissemos isso, que é preciso olharmos para a frente, não estarmos a olhar para o retrovisor a culparmo-nos uns aos outros. O que é preciso é juntar forças para tentarmos resolver os problemas. Não vai ser fácil, mas acredito que vamos ser capazes de resolver esses problemas”, garantiu o novo Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau.
Antigo ministro da Economia e Finanças e também ex-quadro do Banco Mundial, Geraldo Martins foi nomeado Primeiro-Ministro na segunda-feira pelo Presidente guineense, depois de ter sido designado para o cargo pela coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) -Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, que saiu vitoriosa das legislativas de 4 de Junho.
A coligação PAI-Terra Ranka que obteve 54 mandatos sobre um total de 102 na Assembleia Nacional Popular, assinou assinou acordos de incidência parlamentar e governativa com o PRS e com o Partido dos Trabalhadores Guineenses, que chegaram respectivamente no terceiro e quarto lugar nas legislativas de Junho.
Texto por: RFI com Lusa
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