quinta-feira, 14 de julho de 2022

Taxa de pobreza na Guiné-Bissau rondava os 66,6% em 2020 - Governo

A taxa de pobreza na Guiné-Bissau rondava os 66,6%, em 2020, segundo os dados disponíveis, disse hoje o ministro do Turismo, Fernando Vaz, numa cerimónia para assinalar o Dia Mundial da População, celebrado no dia 12.

"De acordo com os dados do Relatório de Revisão Nacional Voluntária [relativos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável], a taxa de pobreza saiu de 75,6% em 2010 para 62,9% em 2019, no entanto, a covid-19 piorou a situação em 2020, empurrando a taxa de pobreza para 66,6%", disse o também porta-voz do Governo, em representação do vice-primeiro-ministro guineense, Soares Sambu.

Segundo Fernando Vaz, a incidência da pobreza nos agregados familiares chefiados por mulheres é de 50,3%, "inferior à dos agregados chefiados por homens", que ronda os 66,9%, e a taxa de mortalidade maternoinfantil "ainda continua preocupante e representa um desafio para o Governo".

"Isto mostra que entre os mais abrangidos pelos impactos da crise mundial nos países frágeis figuram as mulheres, raparigas e crianças. Cria, no entanto, a desigualdade de oportunidade, falta de alternativa e aumento da vulnerabilidade", salientou, num discurso proferido na cerimónia, que decorreu numa unidade hoteleira, em Bissau.

O ministro defendeu que o foco do Governo deve estar centrado nas "pessoas, na vida humana, na dignidade e na igualdade" para que se possa construir uma Guiné-Bissau "melhor, próspera e resiliente".

O Relatório de Revisão Nacional Voluntária relativo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) será apresentado, pela primeira vez pela Guiné-Bissau, quinta-feira, em Nova Iorque.

Sobre a elaboração do relatório, Fernando Vaz sublinhou que o Estado se deparou com "grandes lacunas na disponibilidade e qualidade dos dados para medir o progresso em relação às metas e indicadores", dando como exemplo que apenas 27,9% dos indicadores necessários para monitorar a perspetiva de género estavam disponíveis, em 2020.

"Os dados demográficos apresentados no relatório são estimados e no momento estamos com quase três anos de atraso, na realização do Recenseamento Geral da População e Habitação", salientou.

Sublinhando a importância daquele conhecimento para se definir uma política adequada de planificação, o ministro apelou aos parceiros bilaterais e multilaterais para "acompanharem os esforços do Governo" para fortalecer o sistema estatístico nacional, apoiando financeiramente e tecnicamente a realização do Recenseamento Geral da População e Habitação, que as autoridades pretendem realizar em 2023.

Conosaba/Lusa

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