quinta-feira, 28 de julho de 2022

PARTIDOS DO ESPAÇO DE CONCERTAÇÃO AFIRMAM QUE VISITA DE MACRON OCORRE NUM MOMENTO “CONTROVERSO”


O Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos disse que a visita do Presidente da França, Emmanuel Macron, ocorre num momento “muito controverso” da vida política da Guiné-Bissau.

A posição dos partidos democráticos foi tornada pública em carta aberta, com a data de 26 de julho de 2022, assinada por Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), União para a Mudança (UM), Partido da Convergência Democrática (PCD), Movimento Democrático Guineense (MDG) e Partido Movimento Patriótico (PMP).

Os signatários afirmam que, apesar das precauções para romper com os vícios do que se convencionou chamar “França – África”, são muito elevados os riscos de que a permanência, em Bissau, do Presidente francês seja percebida “erradamente” como uma alavanca de resgate do regime do Sissoco Embaló.

Qualificam a visita como uma legitimação do comportamento de “um ditador aprendiz”, cujo regime acaba de ser severamente atacado no último relatório do Departamento de Estado dos Estado Unidos América (EUA) sobre liberdade, direitos e corrupção.

No plano institucional, os partidos democráticos alertaram que “o país vive uma situação repleta de irregularidades”, lembrando que o Presidente Sissoco Embaló dissolveu a Assembleia Nacional Popular, sem que as condições estabelecidas na Constituição para a realização das eleições legislativas pudessem ocorrer nos prazos legais.

Para os partidos democráticos, após uma “feroz luta contra o narcotráfico”, liderada pelo governo legítimo do PAIGC, assiste-se a um ressurgimento do fenómeno, incluindo a redução duvidosa, pelo Supremo Tribunal de Justiça, das penas dos traficantes de droga já condenados.

Por fim, os signatários da Carta esperam que a visita do Emmanuel Macron possa contribuir para a afirmação dos valores da democracia, o respeito pelos direitos fundamentais consagrados na Constituição e na declaração universal dos direitos do homem.

Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb

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