terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Após a saída da CEDEAO: NÍGER, BURKINA E MALI PRESPETIVAM CRIAR UMA MOEDA COMUM

O chefe do regime militar resultante do golpe de Estado no Níger falou no domingo, 11 de fevereiro de 2024, à noite na possível criação de uma moeda comum com o Burkina Faso e o Mali, como um “saída” da “colonização”.

“Amoeda é um passo à frente desta colonização”, declarou o general nigerino Abdourahamane Tiani na televisão nacional nigerina, referindo-se ao franco CFA e à França, a antiga potência colonial.

Níger, Mali e Burkina Faso – três ex-colónias francesas agora governadas por regimes militares, agrupados na Aliança dos Estados do Sahel (AES), “têm especialistas (monetários) e no momento certo, decidiremos”, continuou.

“A moeda é um sinal de soberania”, continuou o General Tiani, e os Estados da AES estão “empenhados num processo de recuperação da (sua) soberania total”.
Tiani garantiu que “já não se trata de os nossos Estados serem a fonte de dinheiro da França”.

O líder nigeriano não deu detalhes sobre a possível circulação de uma moeda futura.

Este poderia, no âmbito da AES, substituir o franco CFA, actualmente comum aos oito países membros da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), incluindo o Níger, o Burkina Faso e o Mali.

As fortes críticas formuladas por estes três países do Sahel e pelos seus apoiantes contra o franco CFA também poderão levá-los a abandonar a UEMOA.

Em Novembro, os Ministros da Economia e Finanças da AES recomendaram nomeadamente a criação de um fundo de estabilização e de um banco de investimento.

A declaração do general Tiani surge duas semanas depois da retirada do Mali, do Burkina Faso e do Níger da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, 15 países), que acusam de ser explorada pela França.

A CEDEAO opôs-se aos golpes militares nos três países e impôs, nomeadamente, pesadas sanções económicas ao Mali, antes de aplicá-las ao Níger.

Em Agosto, chegou ao ponto de ameaçar intervir militarmente no Níger para restaurar a ordem constitucional e libertar o presidente deposto Mohamed Bazoum, ainda em cativeiro.

In le360
Conosaba/odemocratagb

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