O Assessor para os Assuntos Administrativos do Ministério da Educação Nacional e Investigação Científica, Luís Duarte Pinto, afirmou que o Ministério da Educação Nacional reconhece a existência de incapacidades de alunos em língua portuguesa, como também os políticos não conseguem corresponder às espetativas dos cidadãos e trabalharem para que o português tenha o seu estatuto na sociedade Guineense.
Luís Duarte Pinto fez essa afirmação esta quinta-feira, 15 de fevereiro do ano 2024, durante uma palestra realizada pela Bantaba Di Npulma-Npulma, no âmbito da comemoração do dia nacional do professor guineense sob o tema: “Ensino da língua portuguesa na Guiné-Bissau: desafios e perspetivas; educação: ensino versus cidadania ativa na Guiné-Bissau”.
O evento de dois dias decorre no Centro Cultural Português em Bissau.
Luís Duarte Pinto criticou a falta da vontade em falar o português nas instituições do Estado em que as pessoas preferem falar o crioulo e quem fala o português é considerado vaidoso e “pior de tudo é que muitas pessoas que não sabem falar o português estão a representar-nos”.
O Assessor para os Assuntos Administrativos do Ministério da Educação Nacional admitiu que não será difícil ensinar a língua portuguesa no país, por falta dos manuais nas escolas e bibliotecas e porque também não foram criadas as condições para o ensino e aprendizagem da língua portuguesa.
“O país limitou-se apenas a trabalhar na parte científica, ignorando a componente social”, disse, apontando que existem vários obstáculos que impedem a aprendizagem da língua portuguesa, nomeadamente o fator socioeconómico, entre outros.
“Até os professores que ensinam o português nas escolas estão com dificuldades em ensiná-lo bem”, indicou, para de seguida apelar a todos a redobrarem os esforços na aprendizagem e no ensino da língua portuguesa.
Por seu lado, o Coordenador Geral da Bantaba Di Npulma-Npulma, Luís António Black, disse que o mundo exige ter recursos humanos competentes capazes de enfrentar os desafios e corresponder às exigências atuais, através de políticas administrativas sérias, coerentes e imparciais no país e o compromisso dos governantes.
A organização exige do governo neste particular, a legitimar a ciência, partindo do pressuposto que a ciência é a base que permite compreender não só a humanidade, mas também ter os conhecimentos do meio social, cobrar o Estado e entidades não estatais para que haja a promoção de qualidade dos funcionários com competência.
“Para ampliar os horizontes em qualquer lugar onde nos inserimos e permitir desenvolver um pensamento crítico, ético e moral, temos que valorizar e reconhecer a ciência”, defendeu.
Em representação do embaixador de Portugal, Ângela Cardoso, disse que a educação é uma das áreas prioritárias da cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau, razão pela qual o djumbai vai ajudar no enriquecimento das ideias que serão partilhadas para o desenvolvimento, apelando a todos para pensarem melhor a educação no país.
Anunciou o engajamento de Portugal em ajudar os estudantes e alunos guineenses que pretendem pesquisar para aprofundar o seu conhecimento.
O representante dos sindicatos dos professores, Alfredo Biaguê frisou que o processo de luta não se limita apenas ao som das armas, mas também precisa de preparação dos homens de amanhã para corresponderem às exigências do processo de desenvolvimento.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N
Conosaba/Conosaba/odemocratagb
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