O vice-presidente para a Defesa Nacional, Administração Interna, Poder Local e Ordenamento do Território do Partido da Renovação Social, Mário Siano Fambé, acusou o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, de assaltar e sequestrar a Assembleia Nacional Popular, impedindo o seu funcionamento, por este ter supostamente força muscular na Guiné-Bissau.
“Está claro na nossa Constituição, o Parlamento não pode ser dissolvido nos primeiros 12 meses da sua constituição. Portanto, para mim, a Assembleia Nacional Popular não está dissolvida. Foi, sim, assaltada e sequestrada por Umaro Sissoco Embaló, porque tem força muscular. A Constituição da República não deve ser violada num Estado de Direito” disse Mário Fambé, ao presidir esta quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024, à cerimónia de posse do novo Presidente da Juventude da Renovação Social, Franco Iala.
O também líder da bancada do PRS revelou ter sido solicitado para integrar o governo da iniciativa presidencial, mas se declinou do convite porque a dissolução do Parlamento e consequentemente a queda do governo do qual fazia parte pelo seu partido, não respeitou os procedimentos constitucionais.
Denunciou que algumas pessoas, incluindo dirigentes do PRS, estão a ser exoneradas das suas funções nas diferentes instituições do Estado e outras até a serem cancelados os seus salários, porque supostamente não aceitam alinhar-se às agendas do chefe de Estado, SissocoEmbaló.
O dirigente dos Renovadores não tem dúvidas de que a Guiné-Bissau vive “piores momentos da sua Democracia”, pelo que urge “salvá-la”, não deixando que uma pessoa se aproprie do país.
“O país está no chão. A única instituição a funcionar é o Presidência da República. Ele é que manda em todos os órgãos da soberania. Não podemos ter o país nestas condições. O governo é que tem a política do setor da defesa e segurança, mas vimos que não é assim que está a ser encarado. As pessoas deveriam preocupar-se em aumentar o salário dos elementos da força de defesa e segurança e os seus subsídios, por dedicarem os seus serviços em defesa da Pátria e da Soberania, ao invés de estarem a fazer política nos quartéis” desafiou, lembrando que algumas zonas do país são ocupadas por estrangeiros porque as forças de defesa e segurança não têm condições de controlar aquelas zonas.
“É melhor equipá-las com meios ao invés de estarem a fazer política nos quartéis. As Forças Armadas são as reservas morais do nosso estado. Estamos atentos” avisou, alertando o Presidente da República sobre a necessidade da marcação das eleições presidenciais antes do dia 27 de fevereiro de 2025, data em que, segundo Fambé, termina oficialmente o seu mandato.
Mário Fambé quer ainda ver julgados todos os detidos do caso 1 de fevereiro de 2022 e os de 30 de novembro e 1 de dezembro de 2023.
“É preciso que seja feita a justiça sobre o caso de 1 de fevereiro. Já se passaram dois anos sem nenhuma condenação. O povo quer também saber do desfecho de caso 30 de novembro e 1 de dezembro” exigiu.
Em relação ao PRS, Siano Fambé apelou aos dirigentes a fazer a política sem ferir a sensibilidade de ninguém, fazendo debates de ideias que possam contribuir para o desenvolvimento do país, acreditando que as “correntes de ar” no partido vão passar. Tem denunciado que alguns dirigentes estão a aliciar militantes para subscrever em uma convocatória para a realização do Conselho Nacional.
“Não nos insultemos nas redes sociais. É preciso trabalharmos para fazer o nosso partido voltar ao poder. As estruturas do PRS, de base ao topo, devem fazer um trabalho em conjunto com as da APU-PDGB para recuperarmos as nossas bases” insistiu, apelando ao novo Presidente da Juventude da Renovação Social, Franco Iala, a criar as condições para que haja a união dentro daquela estrutura Juvenil partidária, evitando alas na JRS.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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