O general Abdourahamane Tchiani durante um discurso televisivo no canal Télé Sahel, a 28 de Julho de 2023. © RTN
Niamey, Níger – No Niger, os militares que derrubaram o poder a 26 de Julho continuam a reforçar laços com os vizinhos golpistas no Burkina Faso e no Mali, numa tentativa de fazer frente comum às sanções impostas pela CEDEAO e a uma possível intervenção militar.
Num discurso transmitido pela televisão nacional, o general golpista Tchiani criticou veementemente as sanções económicas decididas esta semana pela CEDEAO, afirmando que a junta não irá ceder a nenhuma ameaça.
Estas sanções são cínicas e iníquas. Visam humilhar as forças de segurança nigerinas, o Niger e o seu povo.
Ontem, o braço-direito de Tchiani, o general Mody, foi recebido pelo líder da junta militar no Burkina Faso, depois de um encontro com as autoridades golpistas do Mali. Mody saudou a solidariedade e a cooperação entre os dois países.
Em coordenação com os nossos irmãos do Burkina Faso, decidimos realizar certas actividades para lidar com a situação, para oferecer segurança às nossas populações e aos nossos dois países.
Esta quinta-feira 3 de Agosto, milhares de manifestantes reuniram-se em Niamey, na praça da independência, para mostrar apoio aos militares golpistas. No mesmo momento em Abuja, na capital da vizinha Nigéria, os chefes de Estado-Maior da CEDEAO discutem uma possível intervenção militar.
Ultimato da CEDEAO
Numa cimeira extraordinária, domingo 30 de Julho, a organização deu aos golpistas do Niger um ultimato que exige o regresso à ordem constitucional até domingo 6 de Agosto, sob pena de recorrer à força.
Em comunicado, o Mali e o Burkina Faso avisaram que uma intervenção militar no Niger seria considerada como uma declaração de guerra contra os seus próprios países.
Operação de repatriamento
A operação francesa de repatriamento decorreu nos dias 2 e 3 de Agosto. Cerca de 1.000 cidadãos franceses e estrangeiros foram evacuados do Niger, entre os quais 8 cidadãos cabo-verdianos e 8 portugueses, além de nigerianos, belgas, etíopes e libaneses.
Por enquanto, a evacuação dos soldados franceses e americanos que participam na luta antijiadista não está prevista.
Texto por:Eva Massy|RFI
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