O Supremo Tribunal de Justiça cometeu um erro imperdoável, que penalizou as mulheres, quanto à sua representatividade no futuro parlamento, cujos deputados eleitos na sequência das eleições legislativas do dia 4 de Junho passado, serão investidos no dia 27 do corrente mês de Julho de 2023.
Nenhuma formação politica se dignou observar aquilo que se considera de quota para as mulheres nas listas dos candidatos a deputado da Nação, e o Supremo Tribunal que devia obrigar o seu cumprimento, não devolveu as listas e, se necessário, com a ameaça de não as aprovar, fazendo vista grossa.
Não é concebível que um pais para a libertação do qual as mulheres consentiram mil e um sacrifícios, que o seu importante não fosse reconhecido e fossem afastadas dos centros de tomada de decisão. Porque é precisamente o que vamos verificar na próxima legislativa, uma vez que a sua voz não será suficientemente ouvida devido ao seu insignificante número, em todos os órgãos do parlamento, presidum, comissão permanente, comissões técnicas permanentes e noutras estruturas que se venham a criar.
A coligação vencedora das eleições vai ter agora uma soberana oportunidade de rectificar o tiro, propondo a nomeação de um número de mulheres para o governo, que iguale o dos homens, isto é, fifty/fifty, Só assim é que veremos que de facto o pontapé de saída para a concretização do sonho do Combatente da liberdade da Pátria, e não só, foi dado.
Propunha que para os seguintes cargos fossem nomeadas mulheres como forma de garantir a boa governação, porque é universalmente reconhecido que as mulheres são incorruptiveis e eminentes gestoras, podendo-se citar muitos exemplos pelo mundo fora.
Ministério da Defesa
Ministério do Interior
Ministério da Educação Ciência e Tecnologia
Ministério das Pescas
Ministério da Saúde
Ministério da Função Publica
Ministério dos Negócios Estrangeiros (sugeria a manutenção da Rainha do Leste). Não é que ela seja insubstituível, mas sim, uma questão de garantir a continuidade, sob um novo coaching.
Ministério das Finanças
Existem recursos humanos abundantes tanto no pais quanto na diáspora, e seria um orgulho para cada Guineense que for chamado, servir a sua pátria, pondo as suas competências e experiencia profissional em prol do desenvolvimento da pátria de Cabral.
Quando trago o exemplo de um pais estrangeiro, neste caso o Senegal, nao é por complexo, mas sim para ilustrar o aspecto positivo que tal chamamento pode produzir, como mais-valia, para a projecção do pais.
O presidente Abdoulaye Wade, depois de ganhar as eleições no ano de 2000, convidou os melhores quadros senegaleses de todos os horizontes, e desse grupo de quadros muitos se tornariam grandes referências, podendo destacar-se o seu ex-ministro dos negócios estrangeiros, Cheick Tidiane Gadio, que chefiou a diplomacia senegalesa durante 9 anos e meio.
Somos todos Guineenses, e quando a pátria nos chamar devemos responder PRESENTE. E precisamente nesse quadro que a Dra. Magda Robalo tinha sido convidada para integrar o governo do PAIGC, tendo abandonado o prestigioso cargo que desempenhava numa organização internacional.
Nada de complexos, que venham os melhores, quer sejam do interior do pais, quer da diáspora.
Devemos reconhecer at eternum o papel desempenhado pelas mulheres durante a luta de libertação nacional, e nao só, atribuindo-lhes postos no futuro governo que correspondam à sua dimensão, caso contrario, katchur mangu na bin ughinu.
VIVA A MULHER GUINEENSE!
DEUS ABENÇOE A GUINE-BISSAU!
Por: Yanick Aerton
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