Texto por:RFI
O opositor senegalâs Ousmane Sonko, actualmente sob prisão domiciliar em Dacar, ameaçado de ineligibilidade devido a várias condenações da justiça, em entrevista ao canal televisivo France 24, alega, no entanto, continuar na corrida rumo às eleições presidenciais. Um escrutínio no qual não vai figurar o chefe de Estado cessante, como Macky Sall anunciou esta semana.
O opositor senegalês Ousmane Sonko em declarações ao canal televisivo France 24 alega que Macky Sall teria abdicado de nova candidatura devido "à pressão do seu povo".
Sonko, bloqueado pelas autoridades na sua casa de Dacar desde os finais de Maio, tinha-se escusado até ao momento em prestar declarações.
O dirigente oriundo da Casamança, província do Sul do Senegal, fronteiriça com a vizinha Guiné-Bissau, reagiu ao discurso de Macky Sall da noite de segunda-feira durante o qual Macky Sall anunciou não se voltar a candidatar à presidência do país em Fevereiro do próximo ano, após dois mandatos na chefia do país.
"Muitos felicitaram o presidente cessante por ter meramente respeitado a Constituição deste país. É triste para África" declarou Ousmane Sonko. "E alguns mesmo falaram em "excepção senegalesa" quando a Mauritânia, Cabo Verde, o Gana, o Níger, a Nigéria, recentemente, e muitos outros países africanos têm tendência em dar o exemplo com alternâncias democráticas onde os presidentes cessantes não se voltam a candidatar respeitando a Constituição", acrescenta o opositor senegalês.
Para Ousmane Sonko, « não há nada de excepcional ». « O atraso a fazer este anúncio provocou muitos prejuízos no Senegal. Se o presidente da república tivesse desde o início dito, de forma clara, como o fez quando anunciou pretender disputar um segundo mandato, que era o seu derradeiro, e que, por inerência, não tinha o direito de se candidatar a outro, não estaríamos neste ponto" sublinhou o opositor.
«Na realidade o presidente Macky Sall não abdicou por ser um democrata, ele desistiu, antes de mais, por causa da pressão do seu povo, mas recuou porque teve também a pressão internacional », declarou Ousmane Sonko.
Conosaba/rfi.fr/pt
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