quarta-feira, 29 de abril de 2020

GOVERNO GUINEENSE FIXA EM 375 FRANCOS CFA PREÇO DO QUILOGRAMA DA CASTANHA DO CAJU NO PRODUTOR

O Governo guineense decretou hoje o preço base de compra do quilograma da castanha do caju ao produtor em 375 francos CFA (cerca de 0,57 euros), mas só autoriza a comercialização após o fim do estado de emergência

Oanúncio foi feito pelo ministro do Comércio, Artur Sanhá, numa cerimónia presenciada, entre outros, por associações representativas de diferentes intervenientes na cadeia comercialização do caju, principal produto agrícola e de exportação da Guiné-Bissau.

No seu discurso, Artur Sanhá disse ter sido mandatado pelo Governo para anunciar o preço de referência, mas também para exortar aos comerciantes que ainda não podem iniciar a compra do produto, sob pena de estarem a cometer infrações à lei.

O ministro indicou ainda que será emitido um alvará ao comerciante que queira comprar a castanha e sem o qual não lhe é permitido operar, avisou.

Para já, Artur Sanha apelou a que seja respeitado o estado de emergência decretado pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, em decorrência da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Enquanto durar o estado de emergência ninguém pode iniciar a campanha”, avisou Artur Sanhá.

O presidente da Associação Nacional dos Agricultores (ANAG) da Guiné-Bissau, Jaime Boles, congratulou-se com a decisão do Governo em fixar 375 francos cfa (cerca de 0,57 cêntimos de euros) como preço de referência e exortou os camponeses a terem em conta que “a castanha não poderá ser vendida por menos de que aquele valor”.

A castanha do caju é um negócio que envolve cerca de 80% da população guineense, sobretudo a população do mundo rural que tem naquele produto a sua principal fonte de rendimento.

A Índia é a principal compradora do caju em bruto da Guiné-Bissau, mas nos últimos anos compradores do Vietname e da China também se interessam pelo negócio.

Dados do Governo guineense indicam que o país produz até 350 mil toneladas da castanha de caju, embora a exportação não ultrapasse as 200 mil toneladas.

O presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo já admitiu que em caso de os compradores internacionais não adquirirem o produto, devido à crise provocada pela covid-19, o Estado poderá comprá-lo ao produtor e, posteriormente, vender.

Umaro Sissoco Embaló prolongou no domingo o estado de emergência no país até 11 de maio.
A Guiné-Bissau registou até hoje 74 casos de covid-19, incluindo um morto e 18 recuperados.

Conosaba/Lusa

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