terça-feira, 17 de setembro de 2019

Comissão política PRS: NAMBEIA “TROCA” PROFESSOR TCHERNO DJALÓ POR NUNO GOMES NABIAM PARA PRESIDENCIAIS

A direcção do Partido da Renovação Social (PRS) decidiu no fim-de-semana (sábado) não avançar com o seu candidato para as eleições presidenciais e obrigou os pretendentes a nível do partido a desistênica sem nenhuma justificação oficial aos membros da Comissão Política, muito menos aos dirigentes que pretendiam concorrer às primárias no partido do “Milho e Arroz” para o “Palácio Cor de Rosa”.
A reunião que juntou mais de 150 comissários políticos tinha como ordem do dia, informação geral e análise das propostas de candidaturas externas que solicitaram o apoio do partido do defunto Presidente Koumba Yalá. No entanto, a direcção não apresentou os nomes das referidas candidaturas aos membros da Comissão Política para análise e consequente escolha de uma candidatura.
O Democrata apurou que formalmente apenas o professor Tcherno Djaló é quem apresentou uma carta à direcção do partido, na qual manifestava o interesse de concorrer às primárias do partido.

Fontes partidárias informam ainda que o próprio Secretário-geral do partido, Florentino Mendes Pereira tinha a intenção de concorrer às primárias e que estava a trabalhar nas estruturas de base para o efeito, mas soube da intenção da direcção desistiu por não formalizar a sua candidatura.
Uma fonte partidária que esteve presente na reunião de sábado confidenciou ao nosso semanário que o líder dos renovadores, Alberto Nambeia, forjou o único candidato oficialmente declarado, Tcherno Djaló, a desistir da corrida à candidatura do partido sem nenhuma explicação clara aos dirigentes.
Esta é primeira vez desde a sua criação que o PRS não apresenta o seu próprio candidato à primeira volta das eleições, optando em apoiar uma candidatura externa de uma outra formação política.
“Todos nós ficamos assustados na sala com a decisão do presidente Nambeia. Ele anunciou-nos a desistência de professor Tcherno Djaló  sem avançar os pormenores. Não sabemos se a direcção já havia falado com o Techerno Djaló, mas ele não foi dado a oportunidade de explicar ou falar aos membros da Comissão Política. Aliás, ele até inscreveu-se para usar da palavra, mas não foi dado a palavra. Ficamos todos tristes com a forma como o partido está afundar-se”, contou um alto dirigente que pediu anonimato.
Outra fonte da direcção explicou que o partido está sob uma forte pressão resultante de uma reunião comunitária (realizada em Nhoma) que deu orientações claras ao presidente Alberto Nambeia de juntar-se com o Eng. Nuno Gomes Nambian e apoiá-lo nas eleições presidenciais. Participaram na referida reunião anciões balantas e alguns oficiais militares.
Segundo os nossos informantes, ficou decidido que as duas direcções (renovadores e apuanos) trabalhem na definição de termos políticos  para confirmar o famoso acordo de “Nhoma”.
“O presidente Nambeia foi obrigado pelos anciões a juntar-se à candidatura de Nuno Gomes Nabian, que hoje é visto como o único líder capaz de unificar o eleitorado ‘balanta’, porque o partido para já não tem uma figura carismática como Koumba Yalá. Este é o entendimento dos “homens grandes” e de muitos oficiais que se identificam com o partido”, contou a nossa fonte, lamentando a forma como a direcção do partido deixou ser arrastada. Na opinião da mesma fonte, a decisão é uma clara fraqueza da liderança de Alberto Nambeia e contraria a posição de recusa à candidatura de Nuno Nabian, apoiado pelo líder fundador dos renovadores, Koumba Yalá,  em 2014 sob pretexto que o partido tinha que ter o seu próprio candidato.
A fonte acrescenta ainda que a direcção do PRS tem outras intenções obscuras que não apresentou na última reunião. O apoio ao candidato de APU-PDGB seria um mecanismo para forjar uma aliança capaz de fabricar uma nova maioria no Parlamento e consequentemente formar um governo no qual estaria bem representado.
Entretanto, jornal O Democrata soube ainda que as duas direcções (renovadores e apuanos) vão assinar esta tarde numa das unidades hotaleiras da capital Bissau, um acordo de apoio a candidatura de Eng. Nuno Gomes Nabian, candidato de Assembleia do Povo Unido – Partido Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB).
Por: Assana Sambú




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