terça-feira, 23 de novembro de 2021

Bissau produz diariamente cerca de 200 toneladas de lixo, apenas metade é removido

A capital da Guiné-Bissau produz diariamente cerca de 200 toneladas de resíduos sólidos e apenas 50% é removido, disse à Lusa Augusto Pansau Pacheco, ativista ambiental de uma organização não-governamental que tenta conservar as zonas húmidas de Bissau.

Na semana passada, um responsável da Proteção Civil guineense, Alsau Sambú, disse à Lusa que se não forem tomadas medidas imediatas os habitantes de Bissau vão ficar em pouco tempo sem zonas para cultivar alimentos, devido ao nível de poluição com os detritos das principais zonas húmidas à volta da cidade.

Augusto Pacheco corrobora os alertas da Proteção Civil e ainda indicou que a quantidade de resíduos de que fala é aquela contabilizada nas zonas onde intervém a Câmara Municipal de Bissau.

O ambientalista, membro da Organização de Defesa das Zonas Húmidas (ODZH) defendeu que se não forem tomadas medidas para "travar o avanço e a presença do lixo" na vida dos guineenses, as consequências "não vão tardar, a nível do ambiente e da própria saúde" da população.

Augusto Pacheco, que se dedica aos estudos sobre a problemática dos resíduos sólidos na Guiné-Bissau, apontou para o que diz serem perigos que o país poderá correr se não conseguir "resolver rapidamente" a questão da reciclagem do lixo.

"A Câmara Municipal de Bissau apenas faz a coleta e remoção de parte do lixo que é produzido diariamente. Não existe um sistema de tratamento, embora a Câmara tenha dito que tem em andamento um projeto nesse sentido", observou o ambientalista guineense.

O plástico e o vidro são dos principais resíduos produzidos em Bissau, disse Augusto Pacheco, apontando os bairros do Bandim e Militar como dos "principais centros de fabricação de lixo".

O ambientalista guineense receia que o país "venha a sentir ainda mais as consequências" da previsão, que indica que até 2025 cerca de 5,2 milhões de pessoas podem morrer no mundo em consequência de doenças originadas pela falta de tratamento de resíduos sólidos.

Cerca de 4 milhões dessas mortes serão crianças, observou Augusto Pacheco.

Conosaba/Lusa

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