quinta-feira, 22 de abril de 2021

TÉCNICOS DE SAÚDE DÃO 4 DIAS PARA O GOVERNO DEVOLVER OS 100 MILHÕES DE FRANCOS CFA


O ministro da Saúde Pública, António Deuna, reconhece que não foram cumpridos os trâmites normais para o levantamento dos 100 milhões de francos cfa retirados da conta dos centros de saúde da Região de Bafatá. Enquanto a comissão especializada do parlamento pressiona a devolução do dinheiro, os responsáveis dos centros dão o ultimato de 4 dias ao ministério

O ministro da saúde Públia da Guiné-Bissau esteve, hoje, em encontro de quase 4 horas de tempo, com os responsáveis dos diferentes centros de saúde da região de Bafatá, leste do país, para justificar a retirada do dinheiro que continua a criar polémica.

Á saída, o ministro disse à Rádio Sol Mansi (RSM) que se o dinheiro foi retirado para colmatar algumas dificuldades do sector, não obstante, garante que o dinheiro em causa vai ser reposto na conta dos centros de saúde.

“O tão falado 100 milhões de francos cfa não é algo de mal, porque Bafatá não é um ministério é uma área região sanitária que faz parte do ministério. É muito normal esta retirada de dinheiro para colmatar algumas situações de dívidas”

O ministro sustenta que o dinheiro retirado é ao título devolutivo, no entanto, reconhece que o procedimento não é dos melhores.

“O que fizemos não é pela má-fé”, garante.

Na mesma ocasião, o ministro da saúde pediu um benefício de dúvida aos responsáveis dos centros de saúde em causa para cancelarem a greve que deveria começar hoje (19) como forma de pressionar a devolução integral do dinheiro. Deuna disse que os mecanismos estão a ser usados para a reposição do dinheiro.

“Os nossos técnicos têm a razão, mas a greve não é a solução porque nós os técnicos de saúde juramos cuidar dos doentes até ao último momento”, admite o ministro da saúde que não especifica a data certa para a reposição dos 100 milhões de francos cfa.

Os técnicos de saúde consentiram ao pedido do ministro da saúde pública mas deram 4 dias para que o governo cumpra a sua palavra. A porta-voz das 15 áreas sanitárias da região de Bafatá, Maria Arlete Pires adverte que, caso o governo não cumprir o prazo, o colectivo vai avançar com um pré-aviso de vigilância e boicote.

“Até neste preciso momento, todas as estruturas sanitárias estão sem fundo na caixa e numa altura que passamos por series de dificuldades”, denuncia a porta-voz dos técnicos de saúde da área sanitária de Bafatá.

Entretanto, o presidente da Comissão Especializada para a área da Saúde, Lassana Fati, promete tomada de medidas necessárias para pressionar a devolução dos 100 milhões de francos cfa retirados da conta bancária dos centros de saúde da região de Bafatá.

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, a margem do encontro entre o ministro da saúde e os técnicos de saúde de Bafatá, Lassana Fati considera de triste o levantamento deste montante num momento em que os centros de saúde enfrentam dificuldades severas.

“Os centros de saúde têm uma conta bancária, mas nós do parlamento não dispomos desta informação. Cada centro depara com dificuldades. A Região de Bafatá com todo este montante está com falta de ambulância, com falta de reagentes e aparelho de Raio X deficientes e várias outras dificuldades”.

Apesar de todas estas dificuldades, Lassana considera de “muito errado” este procedimento do ministério da saúde e sem conhecimento do delegado.

“Quando chegarmos a Bissau vamos insistir em precisar uma data para a devolução deste dinheiro, porque estamos comprometidos com o povo guineense e somos obrigados a exigir o cumprimento mesmo que seja mínimo porque a saúde está em primeiro lugar. Este procedimento está errado mesmo”, adverte.

A Rádio Sol Mansi sabe junto de fontes oficiosas que os deputados devem reunir de urgência para analisar a polémica a volta do levantamento dos 100 milhões de francos cfa nas contas bancarias de região sanitária de Bafatá.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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