sexta-feira, 30 de abril de 2021

Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia detenção de 20 agentes da polícia

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) de Bissau, Vitorino Indeque, denunciou hoje a detenção "para além do prazo legal" de 20 agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) há quase uma semana, acusados de desacato.

Segundo Vitorino Indeque, a LGDH reuniu-se com o comissário da Polícia e Ordem Pública, general Tomás Djassi, a quem transmitiu a sua preocupação pelo facto de aqueles agentes estarem "detidos há mais de 48 horas, conforme o previsto pela lei".

Tomás Djassi informou ao presidente da liga dos direitos humanos de Bissau que a detenção ocorreu pelo facto de terem perturbado o funcionamento dos seus serviços com a forma como iniciaram uma reivindicação.

Os agentes da PIR reclamaram que sejam pagos salários de acordo com a sua patente de função.

"O comando da polícia entende que violaram o RDM (Regulamento de Disciplina Militar), nós fizemos ver que essa lei não se sobrepõe à Constituição da República", observou Vitorino Indeque, citando o diálogo mantido com o general Tomás Djassi.

O presidente da LGDH para a área de Bissau adiantou que o general Djassi garantiu que aqueles agentes seriam postos em liberdade condicional, mas até hoje não sabe confirmar se a ordem foi efetivada ou não.

Para a Liga Guineense dos Direitos Humanos, os agentes devem ser postos em liberdade e se for caso disso terem os processos devidamente formalizados de acordo com a lei.

Uma fonte familiar de um dos agentes detidos disse à Lusa que os 20 agentes ainda continuam nas celas, em diferentes esquadras de Bissau e que não têm tido contacto nem com advogados nem com a família.

A Lusa está a tentar, ainda sem sucesso, uma reação do comissariado nacional da polícia guineense.

Conosaba/Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário