sexta-feira, 27 de julho de 2018

«OPINIÃO» "É PRECISO UNIR IDEOLOGIAS E CORRENTES POLÍTICAS PARA TIRAR A GUINÉ-BISSAU DA CRISE" - MAMADU DJAM DJALO

As primeiras tarefas do Governo eleito nas próximas eleições, seja ele qual for, deverão ser o seu ações de governar em conjunto com a sociedade e tecnocratas, para criação de empregos, redução da desigualdade social e restabelecimento do convívio democrático. Na trajetória para desenvolvimento e a democracia, impõe-se a compreensão de que a crise de natureza econômica, social, política, institucional e até de valores que desafia e agita a sociedade Guineense exige a união das diversas correntes políticas e ideológicas para sua superação. Tanto quanto dividido, a Guiné-Bissau está desorientado. 

A primeira conquista que se impõe é o reconhecimento de que o interesse nacional precisa ser engrandecido acima de quaisquer outros. E a pedra de toque desse interesse assenta-se muito na união de todos os filhos da Guiné Bissau sem dizer “nha Boka kastal”. 

A eleição Legislativa deste ano é o instrumento perfeito para diminuir as vozes turbulentas que inflamam, já não o debate político, mas as gritarias de surdos em que todos se ofendem uns aos outros e se ignoram o que país precisa. De tão radicalizadas e contem varias, ideias e posições não têm condições de conquistar superioridade em um país complexo e carente de transformações profundas que só um esforço conjunto pode produzir. A grande vitória eleitoral não será do candidato de um partido ou mesmo de coligação afinada ideologicamente, mas nas forças de todos os sectores seja politica, social se destacam para salvar o sofrimento deste nosso e vosso País. 

O triunfo será de uma candidatura que reúna os predicados essenciais à condução do país na senda da pacificação e do progresso. Essa trajetória de resgate do sentido de Nação, em que sobressai o bem comum, desenha-se como apelo eleitoral, desde que baseado em um programa de valorização da Guiné Bissau e dos Guineense. 

Neste momento recente o país precisa de configurar todos os sectores para bem suceder na construção de um País com investimentos e na solução dos problemas sociais, mas que hoje precisa empreender um movimento acelerado para consolidação de três objetivos: “1) ampliar a soberania nacional com o pleno desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e dos meios de defesa do País; 2) Elevar a qualidade de vida do povo Guineense com a redução das desigualdades sociais; proteção da infância e da maternidade, acesso à educação de qualidade, saúde e saneamento básico; combate sem tréguas ao crime organizado e valorização da segurança pública contra o banditismo em todas as suas formas; 3) Fortalecer a democracia e a tolerância na convivência entre os Guineenses, com realização de uma reforma que liberte nosso sistema político do controle de interesses corporativos e assegureãr o predomínio dos grandes debates dos temas nacionais na esfera pública.” Há muitos falsos dilemas a remover desse caminho. 

Um deles é o que opõe, em determinados círculos, Estado e iniciativa privada. Nenhum país atingiu alto grau de desenvolvimento baseando-se nessa falsa premissa. Ao contrário, os dois entes caminharam juntos, ignorando as futuras “lições de casa” que hoje tentam nos impingir com o argumento de que o papel do Estado é regulamentar e administrar conflitos, e o do “mercado”, promover crescimento econômico. Sem crescimento, jamais sairemos da crise. A expansão da economia implica produção, emprego, salários, impostos. Precisamos crescer para arrecadar mais e aumentar o investimento público. Sem recursos, não podemos investir na solução dos graves problemas sociais que desesperam amplos setores da população. Sem crescimento, não há recursos para as tarefas delegadas ao Estado, a começar da provisão dos serviços de saúde, educação, segurança e outras políticas públicas que resultem em efetiva consolidação da democracia e dos direitos sociais. 

Mamadu Djam Djalo

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