Bissau, 30 Jul 18 (ANG) – A Reitoria da Universidade Lusófona da Guiné (ULG) negou esta segunda-feira a acusação de despedimento de quatro docentes, que terão participado na criação de um comité sindical naquele estabelecimento de ensino superior, afirmando que a instituição só entregou nota de culpa à alguns funcionários e professores para responderem no período de 10 dias sobre os seus actos.
Em entrevista exclusiva à ANG, o assessor jurídico e igualmente porta-voz da reitoria da Lusófona, Banor Fonseca disse que a motivação dos estudantes da Ciência do Mar e Ambiente de bloquear as aulas na sexta-feira tem a ver com a situação da direcção da Universidade não querer renovar o contracto com o coordenador do mesmo curso, tendo em conta os seus actos e sobretudo a caducidade do contrato já em Agosto.
“Como manda a lei, é exigido que a pessoa seja notificada com um mês de antecedência antes do fim do contrato. E para o efeito, foi-lhe entregue a carta e o coordenador pegou-a, reproduziu e distribuiu para os seus estudantes invocando o facto de ser despedido, em retalhação, por ter sido um dos promotores da criação do sindicato”, explicou Banor Fonseca.
Adiantou ainda que quando se fala da expulsão, tem a ver com uma pessoa que está vinculada com a universidade, acrescentando que a instituição unilateralmente deve mandar-lhe embora sem motivo, mas isso é diferente porque aqui se trata da caducidade do contrato ou do despedimento por justa causa.
Afirmou que houve fuga de informação de que os estudantes estavam a reivindicar através do sindicato, a melhoria das condições para os alunos, tendo considerado de paradoxo o sindicato dos docentes a defender interesses alheios ou seja de terceiros.
Por seu turno, secretário-geral do Sindicato dos Docentes e Funcionários da Universidade Lusófona da Guiné (SINDEF-ULG), Jorge Otinta disse que a reivindicação centra sobre a gestão da prestação do ensino de qualidade, para evitar que haja uma degradação pedagógica.
Disse ainda que segundo o diploma do Decreto-lei n 1/ 2008, de 14 de Novembro, a Lusófona deveria pautar por excelência, rigor científico, contribuir para o desenvolvimento do país e que passaria a assumir todos os estudantes da antiga Universidade Amílcar Cabral (UAC) e os docentes serão contratados automaticamente e descontados para a segurança social, o que não foi o caso até então.
Num acto de solidariedade para com os docentes visados os alunos da Lusófona impediram sexta-feira o funcionamento da universidade inclusiva a realização de exames sobre Ciência do Mar e Ambiente.
Conosaba/ ANG/DMG/ÂC//SG
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