quinta-feira, 31 de outubro de 2019

«DOIS GOVERNOS NA GUINÉ-BISSAU» GOVERNO DE ARISTIDES GOMES AGRADECE A MILITARES POR NÃO INTERFERIREM NA CRISE NA GUINÉ-BISSAU

O Governo da Guiné-Bissau liderado por Aristides Gomes agradeceu hoje aos militares do país por não se imiscuírem na crise política que o país atravessa, bem como aos guineenses e à comunidade internacional pela solidariedade manifestada.

Num comunicado, divulgado à imprensa depois de uma reunião do Conselho de Ministros, o Governo felicita a "postura republicana e responsável" das forças de Defesa e Segurança, "expressa publicamente pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas" na quarta-feira, e "apela a que mantenham a atitude de distanciamento do jogo político".

Fontes militares e da polícia contactadas pela Lusa já tinham afirmado a garantia dada pelo general Biagué N'Tan durante uma reunião na quarta-feira, que juntou os comandos das Forças Armadas, da Guarda Nacional, da Polícia de Ordem Pública e da Polícia Judiciária, bem como da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e das Nações Unidas.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, candidato às eleições presidenciais e cujo mandato terminou a 23 de junho, demitiu na segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou Faustino Imbali como primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

A União Africana, a União Europeia, a CEDEAO, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente José Mário Vaz e disseram que apenas reconhecem o Governo saído das eleições legislativas de 10 de março, que continua em funções.

A Guiné-Bissau tem presidenciais marcadas para 24 de novembro e a segunda volta, caso seja necessária, vai decorrer a 29 de dezembro.

No comunicado, o Governo agradeceu ao "povo da Guiné-Bissau (no país e na diáspora) pela solidariedade manifestada ao Governo legítimo" do país e agradeceu os posicionamentos de várias organizações da sociedade civil.

O Governo de Aristides Gomes - do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas de março - agradece o "posicionamento firme" da comunidade internacional, nomeadamente Nações Unidas, União Africana, União Europeia, CEDEAO e CPLP ao condenar a "tentativa de impedir a realização de presidenciais e reiterar o apoio" ao atual Executivo.

O Governo guineense salienta também que as instituições do Estado estão a funcionar "normalmente" e que os salários da função pública do mês de outubro já estão a ser pagos.

"A auditoria requerida à CEDEAO aos ficheiros eleitorais utilizados nas eleições legislativas de 10 de março já está no país e a trabalhar com os órgãos eleitorais", salienta.

Conosaba/Lusa

«DECRETO PRESIDENCIAL Nº15/2019» NOVO GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU, SOB PROPOSTA DO PRIMEIRO-MINISTRO, DR. FAUSTINO FUDUT IMBALI





PAIGC REAFIRMA CADUCIDADE DE MANDATO DO PRESIDENTE

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas, reafirmou hoje a caducidade do mandato do Presidente guineense, José Mário Vaz, e disse que as presidenciais vão ser organizadas pelo atual Governo.

"O dito Presidente da República, que deixou de o ser a 23 de junho por caducidade de mandato, está na Presidência da República por uma questão protocolar, mas por força das decisões da CEDEAO, o último poder que exerceu com validade foi a marcação da datas das eleições legislativas e presidenciais e a nomeação do atual Governo. A partir daí ele entrou em caducidade", afirmou Óscar Barbosa, do 'bureau' político do partido.

Segundo Óscar Barbosa, que falava à imprensa na sede do partido, em Bissau, o próprio Presidente guineense, José Mário Vaz, confirmou a sua caducidade de mandato quando apresentou a candidatura ao Supremo Tribunal de Justiça.

"No momento em que o Supremo Tribunal de Justiça validou [a candidatura], ele passou a ser um candidato com os poderes iguais a qualquer outro candidato, não podendo gozar das regalias, nem das mordomias de um chefe de Estado", salientou.

Óscar Barbosa enalteceu também o papel das forças armadas, que têm permanecido afastadas da crise política.

"O nosso posicionamento é claro. O Governo presidido por Aristides Gomes é o Governo legal, continua a exercer as suas funções e as eleições marcadas para 24 de novembro terão lugar sob organização do atual Governo", salientou.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, candidato às eleições presidenciais e cujo mandato terminou a 23 de junho, demitiu na segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou, no dia seguinte, Faustino Imbali (Partido da Renovação Social) como primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

A União Africana, a União Europeia, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente, José Mário Vaz, e disseram que apenas reconhecem o Governo saído das eleições legislativas de 10 de março, que continua em funções.

A Guiné-Bissau tem presidenciais marcadas para 24 de novembro e a segunda volta, caso seja necessária, vai decorrer a 29 de dezembro.

Participam na campanha eleitoral, que arranca sábado e termina a 22 de novembro, 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Conosaba/Lusa

GUINÉ-BISSAU: TENSÃO AUMENTA COM DOIS PRIMEIROS-MINISTROS A TRÊS SEMANAS DAS ELEIÇÕES

Crise agudiza-se a três semanas das eleições presidenciais

Depois de na semana passada, o primeiro-ministro guineense Aristides Gomes ter denunciado supostos preparativos para um golpe de Estado, tendo acusado o candidato presidencial Umaro Sissoco Embalo, apoiado pelo MADEM-G15, de estar por trás desses movimentos, acusações que Embalo refutou, nesta semana o presidente José Mário Vaz demitiu o Governo de Gomes e empossou no cargo de Chefe do Governo, na tarde de terça-feira, 29, Faustino Imbali, dirigente do PRS, a terceira força mais votada nas legislativas de Março.

Enquanto a nível nacional, Aristides Gomes disse que continua no Governo e Faustino Imbali admitiu que serão os tribunais a pronunciarem-se sobre a situação actual, a CEDEAO e a CPLP consideraram ilegal a decisão de José Mário Vaz e manifestaram o seu apoio ao Governo de Aristides Gomes.

Hoje, o secretário-geral da ONU, António Guterres, em nota, disse acompanhar com “séria preocupação” a situação na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem “as decisões tomadas pela CEDEAO, sobre a governação”, lembrando que "essa decisão estabelece como o país deve ser governado até a eleição de 24 de Novembro".

A VOA tem procurado falar com os actores e analistas em Bissau para entender a situação, o que tem sido bastante difícil, por considerarem o "momento muito complicado".

Entretanto, Rui Landim, analista político mas crítico da situação actual, considera não haver um cenário de dois primeiros-ministros e acusa o Presidente José Mário Vaz de estar a cometer um “crime” ao violar a Constituição.

Ele reitera que o Governo do PAIGC é o legal e lembra os posicionamentos de organizações regionais e internacionais.

O jornalista e analista Rui Neumann acredita, por seu lado, haver condições para a realização da eleição presidencial prevista para 24 de Novembro.

Ambos analisam o quadro actual, na rubrica Agenda Africana, da VOA.

DR. CARLOS SAMBU - O PAIGC ENCOSTA NOS COMUNICADOS KAFKIANOS

Dados históricos não deixam bom registos para Figuras políticas cujo o seu alicerce este apeado em organizações internacionais (sem credibilidade) e países com pouco moral à vender! Prova-se agora, a alienação do país por parte de PAIGC, que neste momento vem dando anuência para outras organizações se desatem em remover por fia de força o presidente da república no palácio e facultar-lhe bom espaço para governar sozinho sem “incômodo” da oposição e ganhar eleição presidencial com recurso à fraude! Isto é, o PAIGC acha até agora que comprou Guiné-Bissau nas mãos dos colonizadores e, é dono absoluto do país da Amílcar Cabral, e ninguém pode atrever-se em beliscar a sua agenda inconfessável. Mas sempre enganando a ele mesmo, se atual PAIGC não tivesse memória curta, lembrava dos seus que atreveram esconder-se na manta das forças estrangeiras para consumarem as suas ações e, que lhe saíram muito mal, pela gene nacionalista dos Guineenses, falo das ( forças de Senegal e de Conacri na 7 de junho e de MISSANG no caso de 12 de abril)

Após arrogância e soberba, o seu chefe que mais uma vez pela sede canina da vingança pessoal, pus em causa vitória política do seu partido, disto os militantes de PAIGC não enxergam, porque são doutrinados a ver a culpa nos outros! Atualmente perdeu-se aliança com partido que lhe concedeu direito de formar um governo e criou desnecessariamente uma situação com presidente da república e com a eleição presidencial que se avizinha, que embora estão alegando que, decreto era para inviabilizar a eleição, mas que prontamente foi desmentido por novo primeiro-ministro, cuja a prioridade é organizar escrutínio de 24 de novembro! Ora, último prego para caixão do governo é assassinarem a sangue frio manifestante e, em vez de assumiram erro crasso de cometer crime de sangue (cujo a luta do presidente era um país sem morte política) procuram bode-expiatórios! E, agora estão numa situação em que não serão salvos por comunicados kafkianos e nem condenação dos países sem moral.

«PRESIDENCIAIS -2019 NA GUINÉ-BISSAU» SUZY BARBOSA CONFIRMA ARRANQUE DA CAMPANHA ELEITORAL ESTE SÁBADO


Bissau,31 Out 19(ANG) - O Governo da Guiné-Bissau "tem reunidas as condições para arrancar" com a campanha eleitoral no próximo sábado, como previsto, defendeu quarta-feira, em Lisboa, a ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Suzi Barbosa.


"Estamos ambos aqui para reiterar que o Governo da Guiné-Bissau tem reunidas as condições para arrancar, no próximo dia 02 de novembro, a campanha eleitoral", afirmou a chefe da diplomacia guineense, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

A ministra afirmou que "é importante definir isso", assinalando que a realização das eleições presidenciais marcadas para 24 de novembro faz parte do "mandato específico" do seu Governo.

Sobre a reunião com o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, com quem se encontrou quarta-feira de manhã, Suzi Barbosa anunciou que reiterou "a mesma disponibilidade do Governo de continuar o processo com maior normalidade", deixando o voto de que as eleições sejam "livres e transparentes".

A governante da Guiné-Bissau assinalou que o executivo de que faz parte tem "reunidas todas as condições para que tal se realize".

"Da parte do ministro dos Negócios Estrangeiros [português], assim como da grande maioria dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP e da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] com quem tenho estado a falar desde ontem, é de que realmente eles acreditam que este Governo tem a legitimidade e tem as condições de continuar com o processo de organização das eleições, que está a ponto de arrancar no próximo dia 02 de novembro", disse Suzi Barbosa.

Sobre as eleições, o secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, afirmou que "a Guiné-Bissau necessita de paz e estabilidade" e que o país precisa de "concluir o seu ciclo eleitoral no próximo dia 24 de novembro", reforçando que o Governo de Aristides Gomes é "o governo legítimo".

A CPLP irá enviar uma missão de observação eleitoral, chefiada pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique Oldemiro Balói que "estará no terreno a partir do dia 17" de novembro, explicou o secretário executivo da organização.

Questionado sobre possíveis conflitos ou uma maior instabilidade política na Guiné-Bissau, o responsável considerou que a CPLP espera um "clima de normalidade" durante as eleições.

"A nossa expectativa é que não [existam problemas], que as situações decorram num clima de normalidade possível, de paz e estabilidade, que a Guiné-Bissau bem merece", concluiu Ribeiro Telles.

A Guiné-Bissau tem eleições marcadas para 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, prevista para 29 de dezembro.

Na campanha eleitoral vão participar 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça.

A três dias do início da campanha eleitoral, o país vive mais um momento de grande tensão política, depois de o Presidente guineense e candidato às presidenciais, José Mário Vaz, ter demitido na segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes.

No dia seguinte, o Presidente nomeou Faustino Imbali, do Partido de Renovação Social (PRS), primeiro-ministro do país.

O decreto presidencial que demitiu o Governo de Aristides Gomes não foi reconhecido pela CEDEAO.

A CEDEAO, que tem mediado a crise política no país, considerou o decreto do Presidente ilegal, reiterou o apoio a Aristides Gomes e admitiu a possibilidade de impor sanções a quem criar obstáculos ao processo de organização das presidenciais.

A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. 


Conosaba/ANG/Lusa

«COMANDO MILITAR» DEMISSÃO DO GOVERNO/REAÇÕES: 'MILITARES DA GUINÉ-BISSAU PROMETEM FICAR DE FORA'

Bissau, 31 Out 19(ANG) - Os militares prometeram manter-se à margem da crise política despoletada com a demissão do governo de Aristides Gomes e nomeação de novo primeiro-ministro, pelo candidato presidencial e presidente da república cessante, José Mário vaz.

A garantia foi deixada pelo Chefe de estado Maior General das Forças Armadas, general Biagué Nam Tam, no final de uma reunião das Chefias Militares e Paramilitares na qual se analisou a segurança no país, face a uma situação que continua a ser de indefinição.

O Governo demitido continua em funções, a comunidade internacional reconhece Aristides Gomes como primeiro-ministro legítimo e o chefe de Estado deu posse a Faustino Imbali como novo primeiro-ministro.

Este cenário está a provocar apreensão nos guineenses que temem pelo futuro do país, visto que a exoneração do Governo acontece por decreto de um Presidente da República que além de candidato às eleições presidenciais que têm lugar a 24 de novembro, terminou o seu mandato a 23 de Junho e tem desde então poderes reduzidos.

Apesar da aparente calma, a situação é, contudo, tensa sobretudo em Bissau, onde é visível o reforço da segurança por soldados da missão da ECOMIB em alguns edifícios chave da administração do Estado.

Na sede de Governo, no bairro de Brá, no entanto, permanece Aristides Gomes, enquanto Faustino Imbali, segundo a RFI , vai trabalhando entre as sedes dos partidos PRS e MADEM com vista à formação do seu elenco governamental.

O general Biague ainda prometeu continuar a promover a paz e estabilidade e garantir segurança a todos os guineenses. 

Conosaba/ANG/RFI


MALAM NANCÓ CRITICA ACTUAÇÃO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL PERANTE SITUAÇÃO POLÍTICA NO PAÍS


Malam Nancó, líder do Partido para Justiça, Reconciliação e Trabalho que apoia o candidato do MADEM G15 às presidências, responsabiliza a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelo actual momento que a Guiné-Bissau atravessa.

Ouvido pela Rádio Sol Mansi (RSM), hoje (30), para comentar o actual momento político na Guine Bissau na sequência da demissão e nomeação pelo Presidente da República (PR) cessante de um novo primeiro-ministro e a posição das organizações internacionais em relação a decisão, sobretudo da CEDEAO.

Malam Nancó defende que o processo de mediação levado a cabo pela CEDEAO desde o início da crise política na Guine Bissau, nunca foi sério evocando falta de tempo suficiente de todas as delegações para se inteirarem do problema real do país.

Malam Nancó disse que a tentativa pela força de fazer o PR cessante recuar da sua posição não é a via ideal para ultrapassar a situação.



Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Amade Djuf Djaló/radiosolmansi com Conosaba do Porto

MOVIMENTO DA SOCIEDADE CIVIL DA GUINÉ-BISSAU CONSIDERA "ESTRANHA" E "DISCORDA" DE DECISÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


O Movimento da Sociedade Civil para a Paz e Desenvolvimento manifestou "estranheza" e "discordância" com o decreto do Presidente guineense que demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, considerando que atenta contra os compromissos assumidos com a comunidade internacional.

Num comunicado, a que Lusa teve hoje acesso, o Movimento da Sociedade Civil para a Paz e Desenvolvimento apela ao respeito pela Constituição e leis da Guiné-Bissau, "bem como com os compromissos internacionais assumidos no âmbito da gestão e monitorização dos conflitos e da situação de instabilidade na Guiné-Bissau".

O Movimento da Sociedade Civil pede aos atores políticos guineenses para elegerem o "diálogo" e exige a realização de eleições presidenciais a 24 de novembro, como previsto.

No documento, aquela organização apela aos militares para se manterem afastados dos assuntos políticos e à comunidade internacional para continuar a dar apoio às autoridades e a monitorizar o processo eleitoral.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, candidato às eleições presidenciais e cujo mandato terminou a 23 de junho, demitiu na segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou Faustino Imbali como primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

A União Africana, a União Europeia, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e as Nações Unidas já condenaram a decisão do Presidente, José Mário Vaz, e disseram que apenas reconhecem o Governo saído das eleições legislativas de 10 de março, e que continua em funções.

Conosaba/Lusa





COMUNICAÇÃO SOCIAL GUINEENSE COMPROMETE TRABALHAR PARA PRESERVAR A PAZ DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL

Os responsáveis dos diferentes órgãos de comunicação social da Guiné-Bissau assinam, esta quarta-feira (30) o código de conduta de cobertura das eleições presidências de 24 de Novembro

O Secretario do Conselho da Comunicação Social, Ricardo Semedo, lendo o código chamou atenção de que os órgãos devem trabalhar no sentido de preservarem a paz e a estabilidade…

“Os signatários do presente código reiteram o respeito inequívoco à Constituição da Republica da Guiné-Bissau e às leis ordinárias em vigor no país, mormente as leis que regulam o sector de comunicação social e igualmente todos os concorrentes gozam de oportunidades iguais de cobertura jornalística, quer do sector público quer do privado”.

No código de conduta, os órgãos de comunicação social comprometem a trabalham no sentido de preservar a paz e a estabilidade, promover o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais e prevenir a violência politica no decurso das campanhas eleitorais.

O Vice-Presidente da organização, Domingos Meta Camara, disse que o código de conduta ora assinado vai regularizar o sector e o exercício da profissão, apontado o estatuto de jornalista, a lei de imprensa e demais outras leis internacionais.

Entendemos por bem todos os órgãos de comunicação social vai fazer um trabalho isento imparcial e com o profissionalismo para evitar coisas de candidatura ou candidato, expressão insultuosas que podem trazer muitos conflitos” 

Em nome do sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS), Fátima Tchumá Camara, apelou aos profissionais de comunicação social para porem na prática todos os pontos que constam no código.

“Este código para o sindicato de jornalista deve reconhecida a importância porque vai conduzir a nossa atitude”.

O objectivo visa contribuir para que as eleições presidências previstas para 24 de Novembro de 2019 sejam livres, justas e transparentes, e decorrem num clima de paz e tranquilidade, num quadro democrático de respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Bíbia Mariza Pereira/radiosolmansi com Conosaba do Porto

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

«GUINÉ-BISSAU: DOIS (2) PRIMEIROS-MINISTROS!» GOVERNO DE ARISTIDES GOMES COMEÇA A PAGAR SALÁRIOS DE OUTUBRO


O Ministério das Finanças da Guiné-Bissau dá hoje início ao pagamento dos salários de outubro aos funcionários públicos e pensionistas, informou uma fonte do Governo de Aristides Gomes.

Segundo a mesma fonte, o pagamento dos salários de outubro deveria ter começado na segunda-feira, mas o decreto da demissão do Governo liderado por Aristides Gomes pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, obrigou o Banco Central da África Ocidental a suspender as contas do Tesouro Público.

Só na terça-feira, após conhecida a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a crise política em curso, é que a suspensão foi levantada.

A CEDEAO considerou o decreto do Presidente guineense ilegal, reiterou o apoio a Aristides Gomes e admitiu a possibilidade de impor sanções a quem criar obstáculos ao processo de organização das presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

Assim, segundo fonte do Ministério das Finanças, o pagamento dos salários de outubro começamhoje à tarde para quem não recebe por transferência bancária, principalmente os pensionistas, que o podem levantar em caixa.

Para os funcionários que recebem através de transferência, esta deverá ser feita hoje à tarde e quinta-feira de manhã, acrescentou a mesma fonte governamental.

Conosaba/Lusa

«DUAS MEDIDAS E DOIS PESOS» MADEM G-15 ACUSA O PRESIDENTE DA COMISSÃO DA CEDEAO DE SER PARCIAL

Rádio Jovem Bissau

SILVESTRE ALVES CONSIDERA DE "ABERRAÇÃO" A DECISÃO DE DEMITIR ARISTIDES GOMES


O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG), uma formação política extraparlamentar, Silvestre Alves, considera de "aberração" o decreto do Presidente da República, José Mário Vaz, que demitiu Aristides Gomes, como primeiro-ministro da Guiné-Bissau.

"Este decreto é uma "aberração", terminado o mandato não há mais nada a fazer, por isso, o Presidente guineense a todos os títulos não pode emitir um decreto presidencial", explicou Silvestre Alves.

Convidado esta terça-feira (29.10), pela Rádio Jovem a comentar o derrube do executivo liderado por Aristides Gomes, Silvestre Alves fez lembrar ao Presidente da República que se quiser produzir qualquer decreto presidencial sempre é travado pelo artigo 104 da Constituição da República.

O artigo em causa manda o Presidente da República antes de demitir o executivo, ouvir o Conselho de Estado e os partidos políticos com assento no parlamento, mas os membros existentes no órgão consultivo do Chefe de Estado é da nova legislatura.

Igualmente jurista de profissão, Alves diz que os cinco membros designados pelo Chefe de Estado, o mandato deles restringe-se exatamente ao mandato do Presidente, portanto estão na caducidade.

Segundo Silvestre Alves, perante ausência dos outros membros da soberania no reunião do Conselho de Estado, portanto é desastroso José Mário Vaz pensar numa fuga para frente indigitando novo executivo.

Perante este cenário, Alves fez lembrar ao primeiro-ministro, Aristides Gomes, que as ordens ilegítimas ninguém é obrigado a cumprir.

O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG) instou ao Chefe de Estado, que terminou mandato no mês de junho a respeitar os resultados das eleições legislativas.

José Mário Vaz demitiu segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou hoje Faustino Imbali, do Partido de Renovação Social, novo primeiro-ministro.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise no país, considerou o decreto ilegal e reiterou o apoio a Aristides Gomes.

Portugal anunciou também que reconhece como legítimo o Governo de Aristides Gomes.

Por: AC

Conosaba/Rádio Jovem Bissau

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU QUER ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA DATA PREVISTA

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, afirmou hoje que quer que as eleições presidenciais se realizem na data prevista, 24 de novembro, num discurso proferido na cerimónia de tomada de posse do novo primeiro-ministro.
"As pessoas pensam que não vamos ter a capacidade de realizar as nossas eleições na data prevista, vamos mostrar ao mundo que nós guineenses quando queremos, fazemos", disse José Mário Vaz.

O chefe de Estado guineense salientou que as eleições devem ser livres, justas e transparentes e sem "ambiguidades" e que o momento é de organização das presidenciais e, se necessário, com forças e recursos guineenses.
"Se chegamos a este ponto de dizer que queremos um novo primeiro-ministro é preciso que seja diferente dos restantes primeiros-ministros. Eu o escolhi porque reconhecemos a sua capacidade, sobretudo de fazer bem", salientou.
No discurso, José Mário Vaz insistiu na necessidade do combate à corrupção e ao tráfico de droga e na melhoria das condições de vida dos guineenses.
"Somos todos considerados como homens que não sabem viver sem droga. Não temos nada a ver com o tráfico de droga na Guiné-Bissau", disse, salientando também que não quer ver sangue no "chão de Amílcar Cabral".
O Presidente sublinhou também que a missão do primeiro-ministro é resolver os problemas da Guiné-Bissau e dos guineenses e não os problemas da família e dos amigos.
"Acaba de tomar posse como primeiro-ministro, não quero ódio, rancor, não quero perseguições, vinganças, vamos mostrar a diferença. A diferença é que somos filhos da Guiné que quer mudar a Guiné-Bissau, transformar a Guiné-Bissau, que quer fazer da Guiné-Bissau um país de respeito", afirmou.
"Vamos mostrar a dignidade do guineense como no passado fizemos. Hoje a Guiné mudou, a Guiné vai mudar", salientou.
José Mário Vaz demitiu segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeou hoje Faustino Imbali, do Partido de Renovação Social, novo primeiro-ministro.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise no país, considerou o decreto ilegal e reiterou o apoio a Aristides Gomes.
Portugal anunciou também que reconhece como legítimo o Governo de Aristides Gomes.
LUSA

«ONU» GUTERRES SEGUE ACONTECIMENTOS NA GUINÉ-BISSAU E ESPERA PRESIDENCIAIS PACÍFICAS E CREDÍVEIS

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou hoje estar a seguir "com séria preocupação" os desenvolvimentos políticos na Guiné-Bissau e mostrou-se expectante numa eleição presidencial "pacífica, credível e transparente".

Citado pelo porta-voz, António Guterres disse hoje, em Nova Iorque, que está a seguir "com séria preocupação os desenvolvimentos ocorridos na Guiné-Bissau (...)" e apelou "a todos os atores políticos para que cumpram as decisões tomadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre arranjos de governação na Guiné-Bissau até à eleição presidencial de 24 de novembro e reiteradas no comunicado da CEDEAO de 29 de outubro".

"O secretário-geral aguarda com expectativa a realização de uma eleição presidencial pacífica, credível e transparente no dia 24 de novembro e insta todas as partes a exercerem o seu dever cívico", prossegue um comunicado divulgado hoje.

Na segunda-feira, o Presidente da Guiné-Bissau demitiu o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República" e nomeou para o cargo Faustino Imbali, que tomou posse esta tarde.

O primeiro-ministro demitido já disse que não reconhece autoridade legal ao decreto presidencial e recusou deixar as funções.

António Guterres manifestou-se ainda "consternado" com a "morte de uma pessoa após uma manifestação em 26 de outubro".

"Ele aguarda com expectativa a pronta conclusão do inquérito independente anunciado pelo Ministério do Interior sobre as circunstâncias e as consequências da manifestação", lê-se na nota.

Conosaba/Lusa

MADEM G-15 FELICITA O PR, DR. JOSÉ MÁRIO VAZ PELA NOMEAÇÃO DE FAUSTINO FUDUT IMBALI COMO NOVO PM


Rádio Jovem Bissau

LIGA DOS DIREITOS HUMANOS DA GUINÉ-BISSAU DIZ QUE DEMISSÃO DO GOVERNO PODE CONDUZIR A NOVA CRISE


A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) considera que a demissão do Governo por decreto presidencial é "inconstitucional" e que a medida "pode mergulhar o país numa nova crise" e "comprometer o processo eleitoral em curso".

Em comunicado, a LGDH refere que o decreto "não tem nenhuma correspondência constitucional por consubstanciar uma violação flagrante e grosseira da Constituição, da resolução da Cimeira da CEDEAO de 29 de junho 2019 e dos demais quadros normativos do país".

"Esta tentativa de alteração da ordem constitucional, que já vem sendo enunciado de algum tempo para cá, não passa de manobras políticas para encobrir e dar proteção aos interesses inconfessos instalados e alheios ao anseio do povo guineense", prossegue a Liga.

Na segunda-feira, o Presidente da Guiné-Bissau demitiu o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República" e nomeou para o cargo Faustino Imbali, que tomou posse esta terça-feira.

José Mário Vaz, que concorre como independente às presidenciais, responsabiliza o Governo pelo agravar da discórdia e desconfiança no processo de preparação das eleições, depois da repressão de um protesto não autorizado pelo Ministério do Interior, em Bissau, ter causado um morto.

O primeiro-ministro demitido já disse que reconhece autoridade legal ao decreto presidencial e recusou deixar as funções.

A LGDH condena este ato do chefe de Estado guineense e acusa-o de, com o mesmo, "subverter a ordem constitucional vigente para proteger interesses inconfessos".

Lembra ainda a classe política guineense que "os direitos políticos têm limites e não podem ser exercidos sistematicamente contra os interesses do povo".

E alerta a comunidade internacional para "os riscos de uma possível alteração da ordem constitucional em relação aos desafios da reforma institucional do Estado e de combate à criminalidade organizada e transnacional".

No comunicado, a Liga enaltece a "postura republicana das forças de defesa e segurança, encorajando-as a garantirem a ordem e a tranquilidade públicas, mantendo-se equidistante dos interesses político-partidários".

conosaba/Lusa


ARISTIDES GOMES REAFIRMA A DECISÃO DE MANTER NA PREMATURA


Aristides Gomes mantém-se como primeiro-ministro da Guiné-Bissau apesar de exoneração pelo PR

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, cuja nomeação resultou de eleições legislativas de março passado, disse hoje aos jornalistas que se vai manter no cargo apesar de o Presidente do país o ter exonerado na segunda-feira.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para analisar os últimos desenvolvimentos políticos no país, Aristides Gomes, que se encontrava ladeado de todos os membros do seu Governo, afirmou que "só sai se for pela via da força".

Em relação ao decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz de o exonerar, o primeiro-ministro defendeu ser uma decisão "nula e inexistente", lembrando que "os arranjos constitucionais" que permitiram a permanência de José Mário Vaz no cargo, "vedam-lhe poderes para tomar certas decisões".

Para Aristides Gomes, a questão prévia é saber se José Mário Vaz tem ou não legitimidade para exonerar o Governo, o que disse, não tem.

"Uma coisa é a legitimidade, a legalidade, outra coisa é a força", declarou Gomes, prometendo manter-se em funções até a realização de eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

Após as presidenciais, que disse ser um imperativo para a Guiné-Bissau, em concertação com a comunidade internacional, Aristides Gomes adiantou que vai ponderar a sua continuidade ou não no cargo de primeiro-ministro.

"Depois da proclamação dos resultados eleitorais, eu mesmo vou analisar, em função de quem vencer, se devo continuar ou não", assinalou Aristides Gomes.

Quanto aquilo que se passa no país, o primeiro-ministro considerou ser o início de um golpe de Estado, mas, reforçou, prontamente denunciado pelo seu Governo e condenado pela comunidade internacional.

Aristides Gomes apelou as forças de defesa e segurança do país a se manterem nas suas funções e exortou os guineenses a preservarem a calma.

Instado a comentar o facto de a Guiné-Bissau ser vista, a partir de hoje como um país como dois primeiros-ministros, Aristides Gomes disse ser lamentável, mas realçou que há casos do género noutras partes do mundo, embora cada vez mais em menor número, disse.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, nomeou e deu posse hoje ao também sociólogo Faustino Imbali, dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), terceira força política no parlamento do país.
Lusa


Apesar do Presidente da República cessante nomear e conferir a posse, esta terça-feira (29), ao novo Primeiro-Ministro, o chefe do executivo resultante das legislativas de 10 de Março do corrente, reafirma a determinação em continuar a exercer as mesmas funções.


A posição foi transmitida por Aristides Gomes, aos jornalistas, à saída da reunião extraordinária de conselho dos Ministros, que teve como o único ponto; a análise da situação politica e social na sequência dos últimos acontecimentos políticos no país.

Entretanto, para Aristides Gomes em termos da lei o decreto presidencial que demitiu o actual governo é nulo em termo da operacionalidade e o próprio Presidente cessante não tem certas legitimidades.

Por outro lado, Aristides Gomes pede o combate às quedas constantes dos governos nestes últimos anos.

Mesmo com a posse de um novo governo, o conselho de ministros liderado por Aristides Gomes, responsabiliza o Presidente da República cessante pelas consequências que poderão resultar daquilo que considera de tentativa de desestabilizar o país.

O mesmo comunicado do conselho de ministros extraordinário, reafirma a determinação em prosseguir, com a comunidade internacional na organização e realização das eleições próximas e na implementação do seu programa de governo.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Quina Nhaté/radiosolmansi com Conosaba do Porto

Imagem: Internet

terça-feira, 29 de outubro de 2019

NOVO PRIMEIRO-MINISTRO DA GUINÉ-BISSAU, FAUSTINO FUDUT DIZ QUE PRIORIDADE DO SEU GOVERNO É REALIZAR ELEIÇÕES NA DATA PREVISTA

Cerimonia de tomada de posse do novo Primeiro-Ministro Faustino Fudut Imbali.
O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Faustino Imbali, definiu hoje como prioridades do seu Governo realizar eleições presidenciais em 24 de novembro, combater a corrupção e tráfico de droga, e garantir paz e estabilidade no país.


No seu discurso de tomada de posse, na Presidência da República guineense, o chefe do Governo referiu que o seu executivo "terá como principal missão a realização de eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro".

"Eleições que, por imperativo da nossa função como chefe do Governo, seremos intimados a levar a cabo com a maior isenção possível transparência, imparcialidade, liberdade, sapiência e sempre imbuídos de sentido de Estado e de responsabilidade", acrescentou

O primeiro-ministro salientou também o que "o diálogo será a palavra de ordem no relacionamento do Governo com os partidos políticos e com os candidatos às eleições presidenciais".

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu na segunda-feira o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República" e nomeou hoje Faustino Imbali para o substituir.

Conosaba/Lusa
Chefias Militares presentes na tomada de posse do novo Primeiro Ministro da República da Guiné Bissau. 








GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU ACUSA PR DE INSTALAR DESORDEM PARA INTERROMPER PRESIDENCIAIS

O Governo da Guiné-Bissau acusou hoje o Presidente da República de "instalar um clima de desordem total" com o objetivo de "interromper o processo das eleições presidenciais" e apelou à população para se manter calma e serena.


Em comunicado assinado pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares e porta-voz do Governo, Armando Mango, o executivo guineense responsabiliza "o Presidente da República cessante e candidato às eleições presidenciais, José Mário Vaz, bem como os partidos políticos da minoria parlamentar, por todas as consequências que poderão resultar desta sua tentativa de desestabilizar o país".

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu na segunda-feira o Governo liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, após uma reunião do Conselho de Estado, justificando a decisão com o que considera "uma grave crise política" que põe em causa "o normal funcionamento das instituições da República".

O Conselho de Ministros, que hoje se reuniu no Palácio do Governo, em Bissau, refere, no comunicado, que decidiu "exortar as forças de defesa e segurança no sentido de se manterem equidistantes da situação prevalecente e a assumirem a sua natureza republicana, reconhecida e louvada (...)".

Exortou ainda as forças de segurança no sentido de "assumirem as suas responsabilidades no atual contexto, garantindo a ordem e a segurança necessárias ao normal funcionamento dos departamentos governamentais".

À população em geral e aos habitantes de Bissau, em particular, apelou para que se mantenham "calmos e serenos, evitando praticar atos suscetíveis de pôr em causa o clima de estabilidade e paz".

Revelando-se firmemente determinados em prosseguir na organização e realização das eleições presidenciais previstas para 24 de novembro, o Conselho de Ministros lamentou ainda a morte do cidadão Demba Baldé e anunciou que vai requerer um inquérito internacional para o apuramento das circunstâncias da sua morte.

No sábado, um protesto, não autorizado pelo Ministério do Interior e organizada pela oposição política contra a forma como estão a ser organizadas as eleições presidenciais, terminou com um morto, três feridos e, pelo menos, três pessoas detidas, depois de a manifestação ter sido dispersada pelas forças de segurança.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ameaçou hoje, em comunicado, impor sanções a todos os que ameacem a paz e a estabilidade no país e considerou ilegal o decreto de demissão de Aristides Gomes.

Entretanto, o Presidente guineense já nomeou um novo primeiro-ministro, Faustino Imbali, que deve tomar posse ainda hoje.

Conosaba/Lusa

PAIGC DIZ QUE DECISÃO DE PR É "INVÁLIDA" E ATENTADO AO ESTADO DE DIREITO

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse hoje que a decisão do Presidente guineense de demitir o Governo liderado por Aristides Gomes é "inválida" e um atentado ao Estado de Direito.

"A tentativa de decretar a exoneração do Governo constitucional, saído das eleições legislativas de 10 de março, é nula, inexistente e inválida, porquanto ilegal e inconstitucional, e um atentado ao Estado de Direito democrático, à paz e estabilidade da Guiné-Bissau, assim como uma afronta à comunidade internacional", refere o PAIGC, vencedor das legislativas de março, num comunicado.

O PAIGC salienta que depois de "goradas todas as intenções anteriores de compra de votos na ANP [Assembleia Nacional Popular] para o chumbo do programa de Governo, de lançar ondas de protesto para semear a desordem e o caos" e conseguir travar o processo para as eleições presidenciais, José Mário Vaz decidiu "agravar a lista de crimes cometidos contra a Nação".

"É por isso imperioso recordar, que José Mário Vaz concluiu o seu mandato a 23 de junho, tendo permanecido no Palácio da República por disposição negociada entre atores políticos guineenses, testemunhada e viabilizada pelos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)", refere o PAIGC.

O partido condena o que considera ser "mais uma tentativa de golpe de Estado" do Presidente guineense e encoraja o Governo a ignorar o que considera ser "uma distração e uma vontade de comprometer" a estabilidade no país e o processo para as eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

O PAIGC pede também às forças de defesa e segurança para respeitarem a lei e o Estado de Direito democrático e "não permitirem a instrumentalização a favor de uma intenção ditatorial já caduca e inexistente".

O partido pede ainda à comunidade internacional e à CEDEAO para ajudarem o povo guineense a manter a "ordem interna" e a estabilidade, o que "passa necessariamente pela remoção das forças de bloqueio, sua responsabilização e sancionamento internacionais".

Conosaba/Lusa

GUINÉ-BISSAU: MAR DE POLÍTICOS INSACIÁVEIS ONDE SÓ HERÓIS ESCAPAM


A Guiné-Bissau é uma República muito nova e consequentemente possui uma democracia ainda em construção; deixou de ser colônia somente em 1973, de modo unilateral e, em 1974, a sua metrópole Portugal com vários outros países, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceram a sua independência. 

Após a sua emancipação adotou o regime de partido único (monopartidarismo) ou seja, só existia um único partido no país, o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no caso, que comandou a luta armada pela independência que durou 11 anos. O referido regime só foi substituído por multipartidarismo em 1991 sob pressão externa, de Fundo Monetária Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM) respetivamente. 

Em 1994, foram realizadas as primeiras eleições multipartidárias. O PAICG sendo o partido mais velho e consolidado politicamente, com mais “caciques” com poder de influência estatal e social, somada a retórica de ser o partido libertador e por isso mesmo o único ou o mais comprometido com interesses do povo que libertou, conseguiu confirmar o óbvio, isto é, ludibriou o povo e ganhou o sufrágio. 

A partir desta data até as últimas eleições gerais de 2014 nenhum presidente ou primeiro-ministro eleito conseguiu a “façanha” de terminar o seu mandato, com a exceção do saudoso presidente Malam Bacai Sanha que faleceu em 2009, em pleno exercício do cargo do Presidente da República (que Deus o tenha). Vale elucidar que a Guiné-Bissau possui um sistema de governo semipresidencialista (elege-se os deputados/parlamento e por conseguinte o governo chefiado por primeiro-ministro/chefe de governo oriundo do partido vencedor das legislativas por um mandato de 4 anos e o chefe de Estado/presidente da República por um de 5 anos), em processos eleitorais distintos. 

Ao longo desses anos, os governos foram destituídos por mais diversas razões/justificativas, e os chefes de Estado depostos igualmente por razões e circunstâncias outras, o povo por sua vez, assistia de mãos atadas sem puder fazer absolutamente nada, a não ser sonhar com dias melhores o que é apanágio dos guineenses, e continuar a acreditar na democracia. Nas eleições gerais de 2014, o povo decidiu novamente dar ao PAIGC o poder total, neste caso a presidência e a maioria parlamentar, na expectativa de que, uma vez que o PAICG controle os dois aparatos do poder estatal teríamos o “ineditismo/inusitado” de terminar um mandato. 

Entretanto, o povo foi mais uma vez traído, pois o senhor Presidente da República José Mário Vaz acabou por, um pouco mais de um ano depois da posse do governo, se utilizar da Alínea b) do n 1 do Artigo 69.ª da Constituição da República que lhe outorga a competência de demitir o governo, para exonerar o governo do PAIGC (partido que apoiou a sua candidatura à presidência da república) liderado pelo engenheiro Domingos Simões Pereira. O chefe de Estado e os deputados da nação, por outro lado conseguiram a “façanha” de terminar o mandato. Todavia, não foi o suficiente para eles, o povo merecia mais uma traição dentro da lógica “cleptocrata” que infelizmente norteia a nossa política, ambos acabaram por prorrogar o mandato. Não pretendo discutir aqui o mérito ou a legalidade do processo de prorrogação desses mandatos, só me disponho a aventar os fatos. E eles são que os primeiros que conseguiram terminar o mandato na história da democracia guineense acabaram por ultrapassar o período estipulado pela Constituição, confirmando assim a tese desta reflexão, Guiné-Bissau: país de políticos insaciáveis. 

Durante anos, o país se viu refém de boa parte de seus políticos que, o único interesse era/é se locupletar às custas do povo e servir fiel e exclusivamente a sua patota partidária sem nenhum compromisso com seu eleitorado durante a vigência do mandato, e muito menos com o bem do país. Por muito tempo, talvez até agora, estamos vivendo uma cleptocracia que se expressa através de um fato irretorquível que é a “legitimação” da corrupção no solo pátria de Amílcar Cabral. 

Muitas pessoas entram na política e se enriquecem tão rapidamente mesmo não tendo salário que justifique tal enriquecimento e nada acontece. O poder judiciário, o Ministério Público em particular à mercê dessa classe política e de “peixes grandes” não faz absolutamente nada, e a sociedade brutalmente “pacificada” na lógica de “ika abo ku na kumpu terra; é terra dana dja” aceita e respeita esses corruptos insaciáveis e sem escrúpulo que perambulam pelas ruas do país impunes. E o mais caricato de tudo, é que eles se consideram patriotas pelo simples fato de estarem a viver e a trabalhar no país e são inspiração para alguns/algumas mais novos/novas. 

Não sou tão ingênuo a ponto de achar que todos os políticos guineenses são corruptos insaciáveis, bandidos e criminosos, me recuso endossar essa tese simplista e pessimista, acredito, Aliás, conheço alguns dentre muitos na política que não o são, político que não se entregaram à devassidão da corrupção, e eles me dão esperança de que o nosso país não é um caso perdido, a esses políticos quero dizer o seguinte: 

É um alento saber da vossa existência, em meio a esse mar de corruptos insaciáveis que sequestraram o país, vocês são “heróis”, embora em outros países seja absurdo dizer isto, mas é a triste realidade da política guineense, basta não roubar do Estado, ter responsabilidade com a coisa pública, não tomar além do seu salário para ser um “herói”, coisa que nada mais é que uma obrigação. Sei o quanto é difícil não seguir o fluxo, isto é, roubar como todo mundo, conquanto, a expressão mais elevada da cleptocracia guineense se evidencia quando um/a cidadão/ã é convocado/a para servir a nação e recebe o seguinte conselho da parte do próprio familiar fruto duma sociedade profundamente traído/a por seus políticos: “Vá e aproveite”, ou seja, vá e rouba do Estado para se enriquecer. Afinal a corrupção rende! E ninguém é preso e por roubar escancaradamente do Estado. 

A incompatibilidade entre salário e bens ostentados pelos políticos não causa incomodo nem à população exacerbadamente “amansada”, muito menos ao Ministério Público para procurar a origem desses bens. É o que o Zé Manel no seu brilhantismo musical cantou “chefe tené carro nobu, vencimento ka da pa carro nobu” e quem se importa! 

Abrir mão dessa roubalheira, e ater-se apenas ao mísero salário é ser sim herói em nossos dias. Quero vos dizer ainda que não estão sozinhos nessa empreitada, por isso não desistam, lutem, continuem sonhando com um país melhor, não se sucumbam, porque há uma geração que está a se formando agora que precisa ser nutrida desses sentimentos, dessa forma de ser. Vivo no Brasil, no momento, estudando na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) rodeado de jovens que acreditam, jovens que tudo que fazem é pensando em voltar ao país e trabalhar para e no seu desenvolvimento, jovens que inspiram e expiram o sentimento nacionalista no seu sentido mais equilibrado (não aquele exagerado que fez o mundo experimentar as duas grandes guerras no século XX), e ajustado ao século XXI, não tenho dúvidas quanto a capacidade deles e muito menos em relação ao seu engajamento com o desenvolvimento da pátria de Titina Silá. 

Por isso vos digo, não desistam, não podem/devem desapontar essa geração, ela precisa continuar a inspirar-se em vocês, continuem sendo heróis, continuem sobrevivendo por mais um pouco, pois tenho total certeza que os corruptos estão fadados à derrota, não terão mais espaço em breve, e essa nova geração, juntamente com vocês tomarão o destino dauele país. Por isso e para isso lutem, sobrevivam mais um dia, um mês, um ano e, quando a dor, a desilusão ou o desespero for demais, lembrem-se daqueles que passaram a juventude na luta pela independência e, pensem que eles estão olhando para vocês e dizendo: lá estão os combatentes do século XXI, nossos camaradas; imaginem o quanto Amílcar Cabral, Titina Silá, Pansau na Isna e todos os combatentes estão se orgulhando de vocês, pensem que seus pais, seus/suas irmão/irmãs e eu temos orgulho de vocês e lutem mais um pouco. 

A nova geração acredita na mudança, no progresso, no bem-estar de tão sofrido povo guineense e eu também acredito. 

Por: Fernando Colonia 

Licenciando em Ciências Sociais 

São Francisco do Conde, Bahia, Brasil, 28/10/2019