A televisão e a rádio estatais da Guiné-Bissau foram hoje ocupadas por "militares fortemente armados" e os funcionários expulsos das instalações, disseram à Lusa fontes daqueles órgãos de comunicação social.
A situação relatada ocorreu depois do anúncio do Presidente da República de dissolução da Assembleia Nacional Popular, feito na manhã de hoje pelo próprio Umaro Sissoco Embaló e oficializado em decreto presidencial.
Fonte da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) disse à Lusa que, "por volta das 14:00", chegaram às instalações "carrinhas de caixa aberta com militares fortemente armados e encapuzados".
A fonte especificou que "perguntaram pelo diretor-geral, a quem pediram as chaves do gabinete e dos carros" e que mandaram o responsável "sair da televisão".
Disse também que "o diretor-geral entregou as chaves e saiu", tendo ainda mandado "recolher as chaves das viaturas, que entregou aos militares".
De acordo com os relatos, os militares terão mandado, "momentos depois, ligar a emissão da TGB, mas já sem o diretor nas instalações, que entretanto, tinha ido embora para a sua casa".
Neste momento, a emissão da TGB está no ar, mas apenas com música.
Situação idêntica foi relatada à Lusa por fonte da Radiodifusão Nacional (RDN Guiné Bissau), onde "quando o noticiário estava no ar, entrou nas instalações da Rádio um grupo de militares armados".
"Pediram-nos que parássemos com o noticiário e parámos. Ordenaram-nos que saíssemos da rádio e saímos", indicou a fonte, acrescentando que foi dito aos funcionários que "a rádio vai fechar até segunda ordem".
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, decidiu hoje dissolver o parlamento, na sequência dos confrontos de quinta e sexta-feira entre forças de segurança, que considerou tratar-se de um golpe de Estado.
Conosaba/Lusa
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