Casal gay é abençoado por padre perante a sé catedral de Colónia, na Alemanha, a 20 de Setembro de 2023. AP - Martin Meissner
Vaticano – A Santa Sé anunciou que os padres vão poder abençoar casais do mesmo sexo. No entanto, segundo o prefeito do Dicastério para a doutrina da fé esta posição não altera a doutrina tradicional da instituição sobre o casamento. Esta posição "Fiducia supplicans", publicada no site da Santa Sé, diz respeito ao significado pastoral das bênçãos.
Segundo o cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé alega que não se pretende "legitimar nada, mas apenas abrir a vida a Deus, pedir a sua ajuda para viver melhor".
O Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé alega que estas bênçãos são "um desenvolvimento real". No entanto o documento estipula que não se altera, porém, a doutrina tradicional da instituição sobre o casamento.
O documento especifica que não se valida, porém, oficialmente o estatuto dos casais de mesmo sexo, nem se altera o "ensinamento perene da Igreja sobre o matrimónio".
Esta decisão teria sido "baseada na visão pastoral do papa Francisco": estipula-se que a bênção pode ser atribuída em contextos como "visita a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em grupo ou durante uma peregrinação".
José Liote é o coordenador em Portugal da organização de católicos homossexuais "Rumos Novos". A seu ver, com efeito, este suposto avanço da Igreja católica, na prática, vem é excluir, de novo, os fiéis homossexuais.
"O documento mais não é do que "travestido" de uma bênção menor e que, em nada, corresponde aos anseios dos casais LGBT católicos... mais não é do que reafirmar a doutrina. É o reafirmar das relações intrinsecamente desordenadas, é o reafirmar do pecado, é o reafirmar do não reconhecimento pela Igreja destas relações. Na nossa opinião é mais uma oportunidade perdida. Ou, se quisermos, para nós também é mais uma machadada forte na tal construção de pontes com aqueles e aquelas que estão continuamente na periferia, que, neste caso, são os fiéis LGBT católicos."
Por: Miguel Martins
Conosaba/rfi.fr/pt
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