quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Televisão da Guiné-Bissau retoma atividades após ter sido mandada parar por militares


A Televisão da Guiné-Bissau (TGB) retomou hoje as suas atividades depois de ter sido mandada parar por ordens dos militares que ocuparam as suas instalações na segunda-feira, disse à Lusa fonte da estação.

De acordo com a fonte, um responsável da Presidência da República contactou a direção da Televisão a quem informou que deveria retomar as atividades “normalmente” e ainda explicou não existir “nenhuma ordem” daquela instituição no sentido de parar as emissões.

Na segunda-feira, fonte da TGB adiantou à Lusa que ”militares fortemente armados” entraram na estação e ordenaram a suspensão das emissões e ainda a saída dos funcionários.

A situação relatada ocorreu depois do anúncio do Presidente da República de dissolução da Assembleia Nacional Popular, feito pelo próprio Umaro Sissoco Embaló e oficializado em decreto presidencial.

A mesma fonte relatou que os militares chegaram às instalações da TGB em carrinhas de caixa aberta e estavam “fortemente armados e encapuzados”.

A fonte especificou que “perguntaram pelo diretor-geral, a quem pediram as chaves do gabinete e dos carros” e que mandaram o responsável “sair da televisão”.

As instalações da TGB estavam ocupadas por militares desde segunda-feira, por volta das 14:00 de Bissau (mesma hora de Lisboa), mas hoje desocuparam o local e o diretor-geral regressou à estação.

A Guiné-Bissau vive momentos de tensão política, tendo o Presidente do país decidido dissolver o parlamento.

A tensão política começou quando o Ministério Público ordenou a detenção de dois membros do Governo suspeitos de terem pagado indevidamente uma dívida do Estado a 11 empresários.

Os dois membros do Governo encontravam-se detidos preventivamente na Polícia Judiciária (PJ) quando foram daí retirados pela Guarda Nacional que os levou para o seu quartel, atacado horas depois pelas Forças Armadas.

Dois militares perderam a vida nos confrontos, o comandante da Guarda Nacional foi detido e os dois membros do Governo foram levados de novo para as celas da PJ.

Conosaba/Lusa

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