Há muito que os critérios
objectivos deixarem de ser considerados neste país, para as nomeações aos
cargos de responsabilidade no Estado, por isso é que se banalizou tanto o
conceito de leadership na Administração Publica.
As desculpas de
“perseguição” tornou-se moda nos últimos anos para todos aqueles que, no livre
exercício das competências reservadas aos decisores, são demitidos dos cargos
que ocupam, para o desempenho dos quais muitas vezes nem reúnem as condições
normalmente exigidas.
Na Guiné-Bissau a
formação académica e experiencia técnico-profissional deixaram de ser condição
sine qua non para as nomeações a cargos de membros do governo, gestores de
empresas publicas ou participadas, por isso é que todos se julgam no direito de
reclamar de que as suas exonerações são por motivos que muitas vezes consideram
de “perseguição”.
Forte atrevimento! Isso é
para vermos até que ponto é que este pais chegou, o que em muitas ocasiões, nos
seus discursos públicos, tem levado o jovem General Presidente a afirmar que o
país “sta
na tchon”, que quase se afundou, em termos de valores no que tange a
governação.
Mas como é que um
individuo que em termos normais, num país normal, nunca deveria ser nomeado, e
a fortiori, quando a formação política de que é membro, não ganhou eleições,
pode dar-se ao luxo de falar de perseguição, só porque se constaram anomalias
decorrentes da sua gestão e foi em consequência disso afastado do cargo?
Soyons sérieux quand
même! Es Guiné caplinu dja!
Sinceramente, estamos a
brincar aos cow-boys neste pais que se tornou um terreno fértil ao lumpenismo a
que vimos assistindo de alguns anos para ca.
É muita pena o Presidente
da Republica não ter usado das competências que a lei lhe confere para nesta
nova conjuntura nomear um governo da sua exclusiva escolha, de A a Z, composto
por jovens tecnocratas com provas já dadas, mantendo apenas nos seus cargos os
ministros cujos nomes dispenso mencionar aqui, por uma questão de ética!
Ultrapassada esta
bagunçada, devemos doravante passar a respeitar a lei e por de lado as nossas
querelas pessoas que só prejudicam o pais, como tem acontecido desde os
acontecimentos de 7 de Junho de 1998 a esta data.
Quem ganhar, que governe
e escolhe os melhores quadros para propor a nomeação.
Quem perder que faça uma
oposição construtiva e se prepare para novos embates.
Que ninguém Chefe de
Estado, este ou os próximos repitam os erros que nos levaram a este status quo,
em que na divisão se atribui à parte mais substancial àqueles partidos que sempre vão a reboque, em
detrimento da formação politica
vencedora dos pleitos, em nome da nojenta “geringonça”.
Jovem General Presidente,
é verdade que as estratégias foram no sentido de melhor controlar para se
impor, facto que já pertence aos arquivos, estando por isso perdoado. Mas por
favor, procure que de dê a César o que e do César, e não procure forçar a
barra, porque foi escolhido dentre os dois milhões de almas para dirigir esta
Nação!
Procure estar acima dos
partidos políticos, como é a sua sempre expressa vontade, pelo menos em termos
teóricos, e deixe que os partidos façam os seus jogos dentro dos limites da
Constituição da Republica e das leis!
Um dos exemplos mais
flagrantes das violações da lei é de que, devido a não independência dos
tribunais, o STJ deixou passar esta coligação que governou os pais até a
dissolução do Parlamento. Todos sabem que as coligações se formam com os
partidos políticos e não com os deputados invidamente, mas aqui a força das
armas falou mais alto. Que seja a ultima vez porque a democracia e incompatível
com o uso da força!
Temos que ter a coragem
de fazer autocritica, porque usamos a abusamos muito dos poderes que o
Todo-poderoso Deus/Allah nos conferiu.
Assim, não estamos a
contribuir para a consolidação da nossa jovem democracia que, apesar da nossa
“coitadessa” mas comparada com as dos demais países da região, excepto Cabo
Verde, é um autêntico exemplo a seguir, sobretudo para os países francófonos.
Para concluir vou para
esta teoria do Abraham Maslow, “a acção gera reacção”.
Com o STJ que tínhamos,
sem procurar ser “Djambakus ou Muru”, O Umaro nunca iria ser confirmado
Vencedor das eleições. Por isso, apesar de jovem na idade, mas “kokri” nessas
andanças, o então candidato Umaro El Mokhtar Sissoco Embalo resolveu utilizar
uma estratégia ganhadora, sem esperar pelo STJ às ordens.
Mas, como disse atras,
tudo isso pertence já ao nosso triste passado politico.
Doravante, olhemos todos
para a frente, pondo todas as nossas energias e competências ao serviço do
desenvolvimento da pátria de Cabral, para assim realizar o tao adiado sonho do
Combatente da Liberdade da Pátria!
PEACE AND LOVE!
POR: Yanick Aerton
Sem comentários:
Enviar um comentário