O Coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G 15), Braima Camará, apelou aos guineenses a denunciarem os “golpistas”, os intriguistas e a violência, porque a Guiné-Bissau precisa da paz e da estabilidade.
“Quando alguém pretende dar um golpe de Estado na Guiné-Bissau, normalmente aborda o assunto com um ou outro cidadão. Portanto, devemos denunciar os golpistas, a violência e a intriga, porque a Guiné-Bissau precisa da paz e estabilidade”, disse este sábado,18 de junho de 2022, durante um pequeno comício popular realizado em frente da sede do partido, sita na avenida Unidade Africana.
Braima Camará chegou a Bissau no início da tarde deste sábado proveniente de Portugal e foi recebido por milhares de militantes, dirigentes e simpatizantes que percorreram atrás da viatura do coordenador nacional, desde o aeroporto internacional até à sede do partido no centro da cidade. O evento serviu igualmente para a entrega de cartão de militância aos novos militantes, particularmente ao ex-líder e fundador do Movimento Democrático Guineense (MDG), Umaro Djau.
“Ouviram muitas coisas. Disseram que fugi e que não regressaria ao país, mas quero dizer-vos que o meu compromisso é para com o povo da Guiné-Bissau. Nada deste mundo poderá me fazer resignar deste país, porque tenho amor à minha pátria e ao meu povo”.
Assegurou que a divergência de opinião é salutar na democracia. Por isso, pediu aos militantes para identificarem “tribalistas e intriguistas”, porque esses males não têm lugar na Guiné-Bissau. Acrescentou que é chegado o momento de dizer a verdade, de forma a congregar todas as forças vivas da nação para promover a unidade nacional.
“Quem podia ser o primeiro-ministro na Guiné-Bissau? Abstive-me deste cargo porque defendo a paz, a estabilidade e a coesão nacional”, contou.
O Coordenador nacional reafirmou claro que o MADEM não está à venda e que o partido é do povo da Guiné-Bissau, por isso foi apelidado do Movimento para a Alternância Democrática.
Lembrou que no passado as pessoas eram raptadas nas suas casas e assassinadas, o que terá motivado uma reflexão de quadros expulsos do partido [PAIGC] que reclamavam pela democracia interna.
“Chegamos a uma conclusão que o povo guineense deve viver em paz. O povo tem o direito ao estado de direito democrático e que ninguém pode pôr esses valores em causa. E a razão da minha luta é para que não haja fula, mandinga, balanta, pepel e biafada, mas sim que haja os guineenses para promover a unidade nacional. Quando um homem não tem o argumento político refugia na raça, no tribalismo e na religião”, tendo questionado se apenas os mandingas ou papéis podem fazer Braima Camará ser alguma coisa na Guiné-Bissau.
Camará anunciou que o partido realizará o seu congresso, no qual participarão três centenas de delegados com os mesmos direitos de concorrer à liderança do MADEM-G 15.
“O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, tem hoje muitos amigos e irmãos. No dia em que o escolhi, dizendo-lhe que seria o candidato do partido às eleições presidenciais ficamos a sós. Este partido que o levou para a segunda volta, infelizmente as pessoas que não queriam ver seu nome figurar na lista de candidatos internos, são eles hoje que estão a dizer que vão apoiá-lo para fazer o segundo mandato, mas isso é intriga. Na democracia, se lhe for confiado o poder, primeiramente tem que desempenhar bem essa função para depois ir para a segunda fase com a avaliação do povo”, notou.
Assegurou que a Guiné-Bissau tem que ser o país do Estado de direito democrático.
“Ninguém deve ter medo de expressar a sua opinião, na base do respeito ao Estado, mas deve ser dito a verdade de uma forma humilde”.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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