O ministro do Interior e da ordem Pública, Botche Candé, anunciou que todos os elementos de segurança da corporação da Guarda Nacional (GN) colocados para assegurar a empresa mineira chinesa GMG INTERNACIONAL, responsável pela exploração de areias pesadas no bloco 12, em Nhiquim, na Secção Suzana, serão todos substituídos, por inoperância e por não terem evitado o que aconteceu na sexta-feira, a invasão ao perímetro da empresa, pela população local.
Desapontado com a situação, Botche Candé responsabilizou a governadora da região de Cacheu, o administrador do setor de São Domingos, o Comandante da Guarda Nacional e o responsável de Segurança de Estado para identificarem todos os elementos da comunidade local envolvidos no ataque à empresa chinesa, que supostamente se encontram foragidos.
“Todos os envolvidos têm de ser procurados e identificados. O adjunto administrador da Secção de Suzana, o senhor tem duas opções: ou fique no posto ou faça as malas. Disse que conhece-lhes e que foi condenado e ameaçado à morte, por estar a defender a empresa. Então estamos perante factos reais e tem de identificá-los para as autoridades”, ordenou e disse que o governo condena o ato.
Botche, que se encontrava este sábado, 19 de abril de 2025, em Suzana, para se inteirar da situação, afirmou que quem decide o desenvolvimento de um país é o Estado, razão pela qual as autoridades estão a trabalhar arduamente para melhorar as condições da estrada que liga Varela/São Domingos, criar infraestruturas sanitárias, escolares e garantir acesso à água potável.
“Se esse é o desafio do governo, não compreendo as motivações dessas comunidades para invadir essa empresa. Um povo não pode estar a sonhar com tudo isso e ao mesmo tempo a destruir iniciativas que podem gerar sinais de desenvolvimento. É doloroso, por isso nunca vamos tratar esse assunto de ânimo leve e temos que condená-lo”, disse.
Elogiou, em parte, o esforço dos elementos da GN que conseguiram proteger a integridade dos chineses e os funcionários da empresa para que “não fossem mortos ou feridos”, mas por outro condenou-os por não terem feito muito mais para evitar o que aconteceu.
“Não é admissível ter uma arma e não conseguir dispersar um grupo de pessoas. Não disse para matar, mas poderiam ter disparado ao ar ou na terra para desencorajá-los”, frisou.
Em declarações aos jornalistas, Raimundo Infanda, o administrador da empresa disse que, por falta de cobertura de segurança, a empresa tem apresentado queixas das inquietudes, razão pela qual decidiu solicitar elementos da Guarda Nacional dando-lhes incentivos financeiros, ainda assim estavam sem meios para conter as ameaças como aquela que aconteceu na sexta-feira.
“Se tivessem, pelo menos, gás lacrimogénio poderiam ter feito algo para evitar o que depois se consumou. Reduziram a empresa a cinzas e não é a primeira vez que praticam atos desta natureza. Uma vez invadiram a empresa e aleijaram dois trabalhadores com catana na cabeça. Temos cacetes como elementos de provas. Infelizmente, até ao momento não sabemos se foi feito algum inquérito relativamente ao primeiro caso para que se pudesse apurar as responsabilidades. A empresa sempre manifestou a sua insegurança. Temos materiais, mas não temos condições para trabalhar tranquilamente. Estamos a lidar com essa situação desde 2022”, lamentou.
Afirmou que todas as comunidades circundantes, incluindo Varela estão com a presença da empresa lá, porque desde a fase de estudo de prospeção sempre se envolveram em discussões.
Afonso Djatá, administrador da Secção de Suzana, nega que tenha conhecimento do caso e que não está envolvido em nenhuma iniciativa ou reunião que possa orquestrar essa invasão.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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