quinta-feira, 4 de abril de 2024

Histórico da Frelimo exige discussão sobre sucessão na candidatura a PR moçambicano


O histórico militante da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) Óscar Monteiro exigiu hoje que a sucessão de Filipe Nyusi na candidatura à Presidência da República seja incluída na agenda da reunião dos veteranos da organização.

"Há um elefante nesta sala (...) a sucessão do poder, estamos demasiados atrasados e arriscamos a vitória [nas eleições gerais de outubro próximo], se continuarmos neste caminho", afirmou Óscar Monteiro.

O militante dirigia-se diretamente ao Presidente da República e da Frelimo, Filipe Nyusi, no início da reunião do Conselho Nacional da Associação dos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), um braço político do partido no poder.

"A sociedade também tem outras expetativas sobre esta reunião, infelizmente, o nosso Comité Central não se tem mostrado à altura, permita-me dizer com a mesma franqueza com que devemos falar e que nos deve caraterizar durante esta reunião", afirmou Óscar Monteiro.

Aquele veterano da luta de libertação nacional disse esperar que as relações com o atual chefe de Estado e líder da Frelimo "continuem boas e fraternas como têm sido", depois da posição que assumiu sobre a sucessão.

Óscar Monteiro juntou-se à Frelimo quando o partido no poder ainda era movimento armado que lutava contra o colonialismo português e foi ministro, depois da independência do país em 1975.

A agenda da ACLLIN não inclui o ponto sobre a escolha do candidato da Frelimo às eleições presidenciais de outubro próximo, às quais o atual Presidente da República e do partido não pode voltar a concorrer porque já atingiu o limite de dois mandatos permitidos pela Constituição da República.

O Comité Central da Frelimo vai reunir-se na sexta-feira e sábado na cidade da Matola, província de Maputo, mas a agenda do encontro ainda não foi divulgada.

O secretário-geral da ACLLIN, Fernando Faustino, disse recentemente que o próximo encontro do Comité Central não inclui o debate sobre a sucessão de Filipe Nyusi.

"Que eu saiba, no dia 05 e 06, o Comité Central vai-se reunir e tem já a sua agenda para essa reunião e, por aquilo que eu sei, não consta a questão da sucessão ou candidatos presidenciais", afirmou.

Faustino desvalorizou comentários segundo os quais o processo de escolha de um candidato do partido às presidenciais de outubro está a arrastar-se, frisando que "a Frelimo se organiza a tempo".

"Eu penso que isso é relativo, demora em relação a quê", questionou o secretário-geral da ACLLIN, admitindo, no entanto, que "não é um processo fácil".

Fernando Faustino defendeu que o partido tem de selecionar um candidato à altura dos anseios da população moçambicana e com provas dadas de competência.

Moçambique vai realizar em 09 de outubro próximo as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.

Conosaba/Lusa

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