A chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime na Guiné-Bissau diz hoje que a tendência do consumo de drogas está a aumentar no país e na sub-região africana.
“Os dados, segundo a reunião que tivemos ontem (27-01) de avaliação com o Observatório Guineense da Droga e da Toxicodependência, percebemos que dos dados recolhidos nas comunidades há um indicador de aumento, então o que nós estamos a fazer com eles é capacitá-los para puder de fato ter estudos de prevalência e puder as intervenções de prevenção serem alinhadas a esta situação mas, respondendo concretamente à sua questão nós trabalhamos com a tendência de aumento”, indicou Cristina Andrade, no princípio desta tarde, à saída de um encontro com a ministra da Justiça e dos Direitos Humanos.
Segundo esta responsável do gabinete da ONU sobre Droga e Crime, na Guiné-Bissau, o relatório mundial da UNODC mostra claramente, indícios de uma tendência para o aumento do consumo de drogas na sub-região.
“O nosso relatório mundial mostrava claramente os indícios de uma tendência para aumento a nível da região da África Ocidental e a Guiné-Bissau faz parte”.
Questionado no entanto, a que se deve a esta tendência de aumento do consumo de drogas nos países da África Ocidental, Cristina Andrade, pensa em alguns fatores, nomeadamente a maior disponibilidade de drogas depois da pandemia e o factor interno das pessoas
“Primeiro tem a ver com a questão da disponibilidade de drogas, como sabem depois da pandemia a dinâmica de trânsito de cocaína a nível da região da África Ocidental onde está a Guiné-Bissau e outros países mas, um outro fator de risco muitas das vezes são factores interna das pessoas, as pessoas quando estão sem esperança perante a vida, vivendo numa situação de pobreza, embora, o consumo não é só nas comunidades que têm a pobreza mas é um fator de risco”.
A UNODC defende, um maior investimento no combate ao tráfico ilícito de qualquer tipo de atos criminais, e a investigação criminal para desencorajar as práticas nefastas à sociedade da sub-região.
“O que nós estamos a aconselhar as autoridades nacionais é manter uma abordagem coordenada e equilibrada, investir fortemente no combate ao tráfico ilícito de qualquer tipo de atos criminais, investir na investigação criminal, mostrar que a Guiné-Bissau não deve permitir qualquer tráfico de droga e da criminalidade organizada e ao mesmo tempo, criar as condições a prevenção e cuidados de tratamento”.
No passado dia 07 do mês corrente, o Tribunal Regional de Bissau condenou a 17 anos de prisão efetiva, os cinco cidadãos latino-americanos detidos no passado mês de setembro em Bissau, com mais de 2,6 toneladas de droga.
O problema do tráfico de drogas na África Ocidental ainda é pequeno em relação aos padrões da Ásia Ocidental, América Latina ou Central. Mas está a crescer exponencialmente, ameaçando transformar a região num epicentro de falta de lei e instabilidade.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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