quinta-feira, 25 de março de 2021

Covid-19: Segunda vaga na Guiné-Bissau é mais virulenta, mais grave e difícil de combater




Bissau, 25 mar 2021 (Lusa) - A segunda vaga da pandemia provocada pelo novo coronavírus na Guiné-Bissau é mais virulenta, mais grave e está difícil de combater devido à greve no setor da saúde, disse hoje a alta comissária para a covid-19, Magda Robalo.
"Estamos neste momento a viver a nossa segunda vaga que está a ser difícil de combater porque esta segunda vaga decorre numa greve no setor de saúde, que tem implicações no número de amostras que são colhidas e testadas, mas o pouco que vamos tendo indica que a segunda vaga continua muito forte", afirmou Magda Robalo.

A alta comissária falava no final de um encontro com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que hoje promulgou o decreto do Governo, que prolonga por mais 30 dias o estado de calamidade no país.

"Temos um aumento importante de casos internados, nós nunca tivemos, mesmo no auge da primeira vaga, tantas pessoas internadas com enfermarias cheias de casos de covid-19. Está acelerada", salientou a médica guineense.

Magda Robalo referiu também o número de mortes que tem estado a aumentar, na quarta-feira morreram cinco pessoas no país devido à doença.

"Isto é um sinal de que a pandemia está mais virulenta, está mais grave e nós precisamos de ter uma maior atenção às medidas de prevenção", disse.

Os dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado para a Covid-19 indicam que há um total acumulado de 3.607 casos e 61 vítimas mortais.

O Governo da Guiné-Bissau decidiu prolongar o estado de calamidade no país, que hoje terminava, por mais 30 dias, até 24 de abril, mas decidiu permitir a retoma do campeonato nacional de futebol, sem público nos estádios, e o exercício coletivo de liberdade religiosa nas igrejas, mesquitas e outros locais de culto com metade da lotação prevista.

Sobre aquela decisão, Magda Robalo admitiu que há um "certo cansaço" das pessoas, mas explicou que trabalhou com as confissões religiosas um plano de contingência, que vai permitir, por exemplo, no caso da igreja católica reduzir o número de pessoas presentes nas missas e aumentar o número de missas realizadas por dia.

"Estamos a trabalhar com outras confissões religiosas a mesma prática", sublinhou.

A alta comissária disse também que em 02 de abril vai começar a vacinar o grupo alvo prioritário, dos técnicos de saúde, e que no dia seguinte fará o lançamento oficial da campanha de vacinação.

A Guiné-Bissau confirmou oficialmente em 25 de março de 2020 os primeiros dois casos de covid-19 no país.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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