sábado, 27 de abril de 2019

«NÁ-LATCHE» "ROUBO DE GADO "PODE TRAZER PROBLEMAS SÉRIOS ENTRE GUINÉ-BISSAU E SENEGAL" - ASSOCIAÇÃO DE FILHOS DE BIGENE

Lobo cu quema costa! Afinal hy ka anós só cuta furta bacas gós...

Bissau, 26 abr 2019 (Lusa) - O presidente da Associação de Filhos de Bigene, localidade a norte da Guiné-Bissau, que faz fronteira com o Senegal, afirmou hoje que o roubo de gado "pode trazer problemas sérios" com os senegaleses.

Ibu Camará deslocou-se de Bigene, localidade situada a cerca de 80 quilómetros de Bissau, à capital do país para alertar as autoridades guineenses sobre "os perigos que pairam" sobre a população perante as medidas que estão a ser tomadas pelos habitantes da parte senegalesa com o aumento do roubo do seu gado, sobretudo bovino, disse.

Ladrões fortemente armados com espingardas de uso militar partem do território guineense, entram nos currais de criadores senegaleses e roubam manadas de bois e vacas, assinalou Ibu Camará, notando, em conversa com os jornalistas, que as vítimas "passaram das palavras aos atos para dar resposta".

Nas últimas semanas, populares de aldeias da parte senegalesa que fazem fronteira com Bigene estão a atacar mulheres guineenses que se deslocam ao Senegal em atividade comercial e um comité (chefe de aldeia) foi obrigado a voltar para casa sem a sua moto, que lhe foi retirada à força.

O responsável fazia comércio de peixe entre os dois países, assinalou o presidente da Associação de Filhos de Bigene.

"Se o Estado da Guiné-Bissau não tomar medidas sérias, qualquer dia vamos ter mais problemas naquela zona", observou Ibu Camará.

Segundo a mesma fonte, um criador da aldeia senegalesa de Binakó foi abatido, a semana passada, por ladrões supostamente oriundos da parte guineense, causando a ira da população local, que prometeu retaliar sobre qualquer cidadão da Guiné-Bissau.

A questão do roubo do gado bovino tem sido tema recorrente de encontros entre as diversas autoridades guineenses e senegalesas.

Entre 2009 e 2010, os dois países criaram uma comissão de patrulha e vigilância conjunta da zona da fronteira, mas não está em funções.

Conosaba/Lusa

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