Pela primeira vez em sete anos, Karim Wade falou perante as câmeras. O candidato à presidência do Senegal, exilado no Catar, formulou os seus votos do ano novo, aproveitando para lançar a pré-campanha, que começa oficialmente em 5 de janeiro.
Após o pai, Abdoulaye Wade, ter perdido o poder Wade, em 2012, Karim Wade foi acusado de desvio de fundos públicos, corrupção e enriquecimento ilícito. Colocado sob custódia em 2013, foi condenado em 2015 a uma pena de 6 anos de prisão efectiva e uma multa de 138 biliões de FCFA (210 milhões de euros) por enriquecimento ilícito, antes de ser indultado em 2016 pelo presidente en exercicio, Macky Sall.
Uma condenação à qual Wade faz referência no seu discurso, indicando ter sido forçado a deixar terra natal e declarando que "esse exílio forçado após um julgamento arbitrário seguido de três longos anos de prisão me impediu de ir rezar nos túmulos dos meus entes queridos."
Outra figura da oposição Ousmane Sonko, outro candidato à presidência atualmente detido no Senegal, também enviou a candidatura. O opositor cumpre actualmente pena de 2 anos de prisão por "incitação à insurreição".
Segundo o jornal Le Soleil, o Conselho Constitucional recebeu 93 candidaturas e tornará pública a lista de candidatos até 20 de janeiro.
Caros compatriotas, neste momento em que o meu exílio está a chegar ao fim, olho para o futuro com esperança. O ano 2024 é um ano crucial para o Senegal. Estamos entre dois caminhos: continuaremos no caminho da divisão, do ódio e da renúncia, ou escolheremos a unidade, a reconciliação e a ambição para enfrentarmos juntos os grandes desafios que temos pela frente?
Por: Rodolphe de Oliveira
Conosaba/ rfi.fr/pt/
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