por: yanick Aerton
A moralização do Estado
ou seja o comportamento que se pretende exemplar dos servidores do Estado,
principalmente aqueles atores que assumem maiores responsabilidades, nunca foi
uma preocupação neste país, porque se tal fizesse parte da agenda política, a
nossa justiça seria dotada dos indispensáveis meios, e os seus recursos humanos
recompensados ou remunerados de forma a não caírem em certas tentações,
resultado da miséria em que exercem as suas funções.
Porque só agora
preocupar-se tanto com o que este ou aquele governante faz, em termos de
possíveis negócios, em pleno exercício de funções, quando esta prática tem sido
uma constante, desde a queda do artigo quarta da Constituição da República a
esta parte.
Com isso não estou a
defender que o que ontem foi feito de mal, propositadamente e que tem
prejudicado a todos nós, deve continuar a ser tolerado. Longe disso!
Eu sou pela moralização
do Estado porque o exercício do cargo público é nobre, motivo pelo qual noutros
horizontes a selecção dos homens e mulheres é feita com o maior rigor possível,
contrariamente ao que assistimos no nosso pais, onde todos nós nos julgamos
elegíveis, mesmo que nem para o exercício do cargo de jardineiro servem.
Com isso, não estou a
desvalorizar esse cargo nobre, porque noutros países o ramo de Jardineiro é uma
ciência que se estuda e esses estudos são sancionas com diplomas, mas aqui
estou-me a referir a cargos que além da preparação académica, comporta outros
elementos, nomeadamente a moral e a ética.
Quantos governantes que
por aqui passaram e que adquiriram até patrimónios do Estado, a quase custo
zero, outros que se envolveram em grandes negócios? E há os que não provaram
nada na gestão dos seus negócios e uma vez no poder, não tiveram outra
preocupação que não fosse aproveitar-se do cargo para aumentar a riqueza,
muitas vezes acumulada ilicitamente?
Que a PJ aponte o dedo a
membros do governo incluindo o seu chefe, não é surpresa para os cidadãos mais
atentos que acompanham a governação a par e passo, como forma de monitorar as
acções dos homens e mulheres que nos governam.
Quid das promessas
eleitorais do jovem General Presidente em relação ao combate a corrupção e ao
desvio do seu Roadmap, que assenta na transparência da gestão da coisa pública?
Aguardar pela carta do
pedido de demissão dos suspeitos, ou antecipar essa intenção para
estrategicamente sair com os poderes mais reforçados e com maior credibilidade?
Fechar pura e
simplesmente os olhos como se não estivesse a acontecer, sair politicamente
fragilizado e não ser considerado de sério nos seus propósitos?
Estas são as duas
perguntas, perante tantas, que devem merecer a consideração daquele que dentre
dos mais de dois milhões de almas o Todo-poderoso escolheu para a frente do
pais, guiar este valente povo.
Esta é o primeiro grande
desafio que o General tem a sua frente, para dar garantias ao seu povo em como
se inaugurou uma nova era com a sua subida ao trono, uma era de esperança e de
rotura com as más práticas do passado.
Finalmente, gostaria de
aconselhar que as Ações dos governantes sejam escrutinados à lupa, para de uma
vez para sempre pormos fim a “ladrondadi”, que se implantou no
aparelho do Estado, o que despertou em todos o apetite de ser nomeados para
cargos públicos, por ser o meio mais fácil de se enriquecer, aproveitando-se da
impunidade que vem reinando na Guiné-Bissau.
Não era expectável o
actual cenário que vivemos devido a este escândalo, mas que custe o que custar,
as medidas devem ser tomadas para desencorajar eventuais candidatos a essa
prática.
O General Presidente que
sempre afirmou que o seu único compromisso é com o povo, não deve hesitar
porque enquanto acartar nas suas decisões esse mesmo povo vai continuar a
apoiá-lo, e isso deve começar já com este caso da corte ilegal da madeira.
Juntos pela Guiné-Bissau
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