sexta-feira, 3 de julho de 2020

SESSÃO PARLAMENTAR DA GUINÉ-BISSAU SUSPENSA DEVIDO AO DESENTENDIMENTO ENTRE DEPUTADOS


Bissau, 02 jul 20 (ANG) - A sessão parlamentar desta quinta-feira foi suspensa devido ao desentendimento dos deputados das bancadas do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) que culminou em insultos e agressões físicas.

Em reação ao ocorrido, o porta-voz da bancada parlamentar do PAIGC, Hélder de Barros defendeu que no parlamento pode haver divergências de ideias, mas que isso não pode resultar em insultos e agressões.

Barros pediu respeito entre os deputados como representantes do Povo.

Questionado sobre a reação do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise na Guiné-Bissau, respondeu que o que pode tirar o país na situação que se encontra é quando todos se enverederam pela legalidade. 

O líder da bancada do MADEM-G15, Abdu Mané afirmou que o PAIGC está desesperado por ter perdido a maioria e quer inviabilizar a sessão parlamentar.

“Esse ato demonstra o desespero do PAIGC porque perdeu a maioria. E foi esta ação que queriam fazer desde a segunda-feira, mas não conseguiram e vamos compreender. Não esperávamos que iam chegar à esse ponto”, disse.

Acrescentou que a sua bancada decidiu reagir à Declaração Política da bancada do PAIGC à luz do Regimento da ANP e da Constituição, justificando que para eles, as instituições republicanas do país devem funcionar de forma regular e normal.

Por sua vez, o líder da bancada do Partido da Renovação Social (PRS), acusou o PAIGC de não querer que os órgãos da soberania funcionasse, acrescentando que os guineenses só querem a paz e estabilidade.

Marciano Indi, líder da bancada da Assembleia do Povo Unido Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), explicou que o Regimento da ANP dá direito à cada bancada de fazer a Declaração Política, chamando atenção que isso deve ser de uma forma responsável, sem ferir a sensibilidade e honra de outra bancada.

Criticou o tom usado na Declaração Política do MADEM-G15, justificando que a forma como reagiram dá para entender que tem algo por detrás.

“Essa força demostra que tem alguma confiança, e se houver reação podem fazer o que bem entenderem”, disse.

Indi pediu aos deputados a lembrar de que chegaram ao parlamento porque existe a democracia e um Estado de direito.

“A força não pode prevalecer sobretudo quando se fala de deputados. Espero que mudem as suas condutas porque não vão ajudar o normal funcionamento da ANP”, referiu. 

Conosaba-ANG/DMG/ÂC//SG

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