O ministro dos Recursos Naturais e presidente do Comité Interministerial da Água revelou que, 77% dos poços no país estão contaminados por coliformes fecais, consequência direta da ausência de latrinas e da prática de defecação a céu aberto.
A declaração foi feita durante a cerimónia do Dia Mundial das Latrinas, instituído pela ONU, que este ano decorre sob o lema: “Saneamento Básico no Mundo em Mudança”. A data visa reforçar a necessidade de garantir acesso universal ao saneamento e à água potável, condições fundamentais para a saúde pública.
Segundo Malam Sambu, apesar dos desafios, registam-se progressos. O ministro afirmou que 11% da população ainda pratica a defecação a céu aberto, uma redução significativa em relação aos 16% registados em 2014.
“Quase 99 % da população depende da água subterrâneo para o consumo e 77 % dos poços tradicionais estão contaminados coliformes fecais consequência direta da ausência de latrinas e da prática de defecação a céu aberto”, revelou o governante.
O governante admitiu que o país continua a carecer de um sistema adequado de saneamento, rede de esgoto e infraestruturas para recolha e tratamento de águas residuais, o que agrava a situação.
“Persistem desafios significativos. O país carece de um sistema adequado de saneamento, rede de esgoto e infraestruturas para recolha, tratamento e reutilização da água”, afirmou”, alertou Malam Sambu.
Malam Sambu sublinhou que, o saneamento é fundamental para a saúde pública, a dignidade humana e a erradicação da pobreza, apelando à comunidade internacional para continuar a apoiar o país na melhoria do setor.
Entretanto o médico epidemiologista Isaquel Bartolomeu Silva considera hoje de grave pelo fato de 77% dos poços na Guiné-Bissau estão contaminados por coliformes fecais.
A revelação de que 77% dos poços na Guiné-Bissau estão contaminados por coliformes fecais, foi divulgada pelo ministro dos Recursos Naturais durante o Dia Mundial da Latrina, celebrado na quarta-feira.
Em declarações à Rádio Sol Mansi, Isaquel Bartolomeu Silva lamentou que o ministro não tenha especificado o ano da avaliação, nem os poços abrangidos, mas frisou que, independentemente disso, a situação é extremamente alarmante e requer uma intervenção urgente.
“Lamentamos o facto de não terem sido revelados os poços em causa nem o ano da avaliação. Houve melhorias ao longo dos anos, mas a situação é tão grave que exige medidas imediatas”, afirmou epidemiologista.
Segundo o especialista em saúde pública, a situação representa um risco elevado para a saúde pública, deixando uma grande parte da população guineense exposta a doenças graves.
“O risco é iminente. Com fornecimento irregular, grande parte da população está exposta a doenças como cólera, febre tifoide e outras infeções de origem hídrica”, alertou Isaquel Bartolomeu Silva.
Isaquel Silva sublinhou ainda que o problema ocorre num momento em que o governo não garante o abastecimento regular de água potável a toda a população, agravando a vulnerabilidade das comunidades.
“É pouco contraditório chamada de atenção por alguém que podia dar solução e não seja dada a população obrigando a continuar a beber água contaminada e contrair as doenças como cólera, febre tifoide e outras infeções de origem hídrica”, assegurou o médico.
Como medida imediata, Isaquel Bartolomeu Silva recomendou que, como medida de curto prazo, as populações fervam a água antes do consumo. Também reforçou a importância de respeitar a distância mínima entre latrinas e poços, de forma a reduzir a contaminação.
“A descontaminação através da fervura da água deve ser praticada sempre que possível. Embora seja difícil, é uma medida essencial neste momento”, destacou epidemiologista.
O médico alertou também que as crianças constituem o grupo mais vulnerável às doenças relacionadas com o consumo de água contaminada, apelando a ações urgentes para proteger a saúde pública no país.
RSM 21 11 2025


Sem comentários:
Enviar um comentário