Tiros foram ouvidos ao meio-dia desta quarta-feira nas imediações do Palácio Nacional e junto à sede da Comissão Nacional de Eleições. Fontes próximas da Presidência confirmaram à RFI que Umaro Sissoco Embaló foi detido e levado para a Fortaleza de Amura. © PATRICK MEINHARDT / AFP
Tiros foram ouvidos ao meio-dia desta quarta-feira nas imediações do Palácio Nacional e junto à sede da Comissão Nacional de Eleições. Fontes próximas da Presidência confirmaram à RFI que Umaro Sissoco Embaló foi detido e levado para a Fortaleza de Amura. Em declarações à RFI, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e da Coligação PAI Terra Ranka, afirmou não dispor de informação concreta sobre o sucedido, mas disse que “já tinha indicação de que este poderia ser o chamado ‘plano B’”.
Perto do meio-dia desta quarta-feira, registaram-se tiros junto ao Palácio Nacional e na sede da Comissão Nacional de Eleições, em Bissau. Fontes presidenciais indicaram que Umaro Sissoco Embaló foi capturado e levado para a Fortaleza de Amura. A publicação Jeune Afrique avançou que, após a divulgação dos primeiros resultados parciais da eleição presidencial de domingo, 23 de Novembro, militares se dirigiram ao palácio para deter o Presidente cessante, que reclamava a vitória.
Ainda de acordo com a Jeune Afrique, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, General Biague Na Ntan, o seu adjunto, General Mamadou Touré, e o Ministro do Interior, Botché Candé, foram igualmente detidos.
No terreno a situação está confusa. A RFI conseguiu apurar que milícias armados assaltaram a sede de campanha de Fernando Dias e dispersaram os dirigentes. O candidato independente à Presidência da República da Guiné-Bissau, Fernando Dias, apelou hoje ao afastamento dos militares do processo eleitoral e disse desconhecer a origem do tiroteio ocorrido em Bissau. Fernando Dias repudiou qualquer “inventona” ou mentira que possa comprometer as eleições, afirmando que a sua candidatura venceu à primeira volta. O candidato pediu ainda às forças armadas que se mantenham equidistantes e à Comissão Nacional de Eleições que conclua o processo de forma transparente.
Em declarações à RFI, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e da Coligação PAI Terra Ranka, afirmou não dispor de informação concreta sobre o sucedido, mas disse que “já tinha indicação de que este poderia ser o chamado ‘plano B’”.
Segundo Domingos Simões Pereira, caso Umaro Sissoco Embaló não conseguisse forjar resultados favoráveis, poderia “simular um golpe de Estado e apresentar-se como vítima”.
O líder do PAIGC acrescentou ainda que “o poder seria então assumido por uma facção das Forças Armadas que lhe seria favorável, com o objectivo de impor um estado de sítio e ganhar tempo para tentar recuperar o controlo do país. Tudo isto por estarem em presença de resultados que ditam claramente a sua derrota nestas eleições e a eleição de Fernando Dias da Costa”.
A Embaixada de Portugal em Bissau está a acompanhar de perto a evolução da situação de segurança na capital e nas demais regiões da Guiné-Bissau, em estreita colaboração com as autoridades locais e com os parceiros da União Europeia.
Entretanto, pouco depois de Domingos Simões Pereira conceder entrevista à RFI, começou a circular a informação de que foi detido juntamente com o candidato presidencial apoiado pela PAI Terra Ranka, Fernando Dias da Costa.
Por: Neidy Ribeiro|Liliana Henriques
rfi.fr/pt/

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